"Elysium",by Neill Blomkamp


A segunda experiência de Neill Blomkamp na carreira cinematográfica frustrou todas as expectativas.

Quem esperava que ele repetisse o brilhantismo visto no Distrito 9  saiu da sala de projeção tremendamente decepcionado.

Infelizmente, seu novo filme não apresenta nada de novo.

É apenas uma produção cara, repleta de efeitos especiais barulhentos, atores renomados e completa ausência de credibilidade.

Acredite, você já viu tudo isso anteriormente no Exterminador do Futuro.

2154, a terra virou um lugar repleto de infermos, pobreza, miséria e opressão.

Os habitantes sonham em fugir para Elysium, o paraíso repleto de beleza  e luxo.

Na terra fala-se o espanhol, um pouco de inglês.

Em Elysium, o francês parece ser a língua oficial.

Enfim, o filme todo é repleto de clichês dispensáveis.

O mais estranho é que no início temos a breve sensação de que seremos agraciados com algo muito interessante.

Que pena.

Na metade tudo se descontrola e somos jogados numa montanha russa de tiros, lutas e gritarias descabidas.

Nem a presença marcante de Jodie Foster consegue tornar tudo menos decadente.

Aliás, Blomkamp conseguiu o impossível: nos presenteia com uma das piores interpretações da excelente atriz.

Posso dizer o mesmo de Alice Braga.

A coitada continua com a mesma cara de latina sofrida tantas vezes vista no cinema.

Wagner Moura se sai bem.

O cara realmente nasceu para viver personagens truculentos.

Quanto à Matt Damon, sobra a ele a difícil missão de carregar o filme nas costas.

Seu talento é inegável.

Só por causa dele vale a pena ver o desenrolar da desinteressante  trama.

Blomkamp ainda tem um longo caminho a percorrer.

“Elysium” jogou um banho de água fria em suas pretensões.

Que tal reformular seus maneirismos futurísticos e nos mostrar algo diferente do seu sucesso anterior?

Gostaria de vê-lo saindo da sua zona de conforto, nos dando algo mais do que fumaça, poeira e naves espaciais.

Parece que seu talento se resume ao mesmo protótipo cinematográfico.

Novo blockbuster do ano, Elysium arrasa nas bilheterias.

Esperar algo além disso é viver numa realidade paralela.

“Elysium” não é um grande filme de ficção científica.

Mais um celuloide repleto de poeira. 

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