“Ela Vai”, by Emmanuelle Bercot



A diretora Emmanuelle Bercot assumiu que escreveu o filme pensando em Catherine Deneuve.

Não poderia ser diferente.

Deneuve é a própria essência de “Ela Vai”.

Impossível imaginar outra atriz em seu lugar.

Bettie (Deneuve) é uma sexagenária em crise existencial.

O seu restaurante está falido, o amante lhe abandonou por uma mulher mais jovem e ainda tem que conviver com uma mãe que  a trata feito uma adolescente apaixonada.

Bettie está cansada, amargurada e perdida.

Diante de tantos fracassos, a exausta senhora abandona tudo e vai atrás de um maço de cigarros que se  transforma numa longe viagem de carro.

Bettie segue analisando suas escolhas diante de um cenário verde e deserto.

A solidão da paisagem cria um tipo de diálogo com a sofrida mulher, que tenta recuperar o tempo longe da filha e neto que não vê há anos.

São bastante sensíveis as cenas em que Bettie é confrontada com o próprio envelhecimento.

A ex-autora miss Bretanha, agora tem rugas, está fora de forma e  não tem um suporte amoroso.

O  road  movie adquire um tom confessional em que passamos a conhecer as escolhas feitas por ela e por todos que a cercam.

“Ela Vai” poderia ser apenas um filme tolo se não fosse a presença e a coragem de Catherine Deneuve.

O mito se despe de toda a beleza e mostra-se como ela é.

Porém, a beldade comprova que continua ainda mais exuberante em toda a sua verdade.

Deneuve mantém o posto de diva européia com muita propriedade.

As rugas, o cabelo louro impecável, o corpo delgado, comprovam que o tempo não lhe roubou os traços marcantes.

Belíssima e merecida homenagem de Emmanuelle Bercot feita a um dos maiores ícones da grande tela.

Belo filme.

Bela Deneuve.
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About Cláudia Pereira

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