A
temporada de indicação ao Oscar se aproxima e com ela chegam os supostos
indicados.
Um deles é aguardado O Abutre.
Todo
o burburinho em torno do filme é merecido.
A
produção tem um esmero técnico de encher os olhos.
O
Abutre é um filme bem dirigido e produzido, contando com um excelente elenco.
Lou
Bloom (Jake Gyllenhaal) é um sujeito das ruas, que faz qualquer coisa pra
sobreviver.
Não
existe nada capaz de fazê-lo desistir de seus propósitos.
Acidentalmente,
acaba conhecendo o trabalho dos freelancers que buscam captar imagens de
acidentes, roubos e assassinatos pela noite adentro.
Lou
fica embasbacado diante da adrenalina e do dinheiro que os profissionais do
ramo recebem das emissoras pelos serviços prestados.
Assim,
descobre seu talento para fuçar, buscar e se aprofundar feito um gato pelas
cenas mais grotescas das tragédias humanas.
Bloom
conhece a editora chefe de um poderoso jornal (Rene Russo), que enxerga
no rapaz uma assombrosa determinação.
A
união dos dois renderá picos de audiência e mostrará o quanto a sociedade vive
refém do sofrimento alheio.
O
Abutre não toma partido, não busca responsáveis pela falta de ética do
jornalismo atual.
Pelo
contrário, apesar de ser extremamente exigente, louco e ótimo de retórica, Lou
consegue cativar o espectador com a falta de escrúpulos.
Finalmente,
Lou termina por criar um pequeno império de filmagens, tornando-se um
queridinho da mídia sensacionalista.
Gilroy
filma tudo isso de forma bem rápida, sem dar tempo pra muitas delongas e blá
blá blá.
Talvez
seja por isso que a película se torne tão assustadoramente real.
Todos
já ficaram na frente da tv alimentando a mórbida curiosidade sobre catástrofes
e acidentes.
Uma
pena confessar, mas somos todos voeyurs da desgraça dos outros.
Jake
Gyllenhaal está impecável no papel de Bloom.
Extremamente
magro e estranho, Gyllenhaal nos consegue fazer esquecer de sua beleza e nos
focar no seu enorme talento.
Rene
Russo tem um retorno triunfante, depois de anos escondida em papeis
secundários.
O
Abutre é um filme para ser visto e devorado sem nenhuma culpa.
Imprescindível
para quem quer seguir carreira jornalística.
Imprescindível
para quem curte cinema de qualidade.
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