“O Jogo da Imitação”, by Morten Tyldun




Diante de tantos pesos pesados eleitos pela pretensiosa crítica americana, “O Jogo da Imitação” surge como um azarão muito bem dotado.

Ele não deve nada aos outros concorrentes, pelo contrário, consegue ser infinitamente superior aos que receberam o carimbo de obra prima sem o merecerem.

O filme narra a trajetória de Alan Turing (Benedict Cumberbatch) como matemático talentoso, arredio e tímido, que consegue decifrar   os códigos criados pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

Tyldun mostra a adolescência conturbada de um jovem  intelectualmente superior, porém, com enormes dificuldades de se relacionar.

Essa solidão extrema é algo que Turing leva para sua vida adulta, fazendo com que seja visto como um excêntrico  egoísta.

O cientista da computação britânico guarda um segredo que ao ser revelado lhe fará passar por perseguições e humilhações.

Turing é homossexual numa Inglaterra que proibia e processava quem praticasse atos considerados libidinosos. 

Lamentável  a ingratidão com que hipócrita governo britânico tratou o homem responsável pela derrota nazista.

Fiquei estupefata ao presenciar a forma equivocada  com que foi diagnosticado pelos  médicos , sendo submetido à castração química.

Somente em 2013 que a Rainha Elizabeth II deu à Turing a Prerrogativa do Perdão por seu comportamento considerado “inadequado” na época.

Monten Tyldun envolve o espectador na conturbada vida de seu herói, sendo imparcial e verdadeiro, não abusando dos clichês que poderiam destruir as pretensões cinematográficas.

Seu filme envolve, encanta, emociona e envergonha.

O ser humano é realmente digno de uma análise mais profunda.

Toda essa inacreditável história é narrada tendo a impressionante trilha sonora de Alexandre Desplat, que se redime do péssimo trabalho feito no filme de Angelina Jolie.

Mas quem merece todos os merecidos elogios  é Benedict Cumberbatch.

Cumberbatch mostra sua melhor performance até agora.

Ele interpreta com estrema sensibilidade, apresentando um trabalho quase sutil, em que enxergamos ali o verdadeiro  Alan Turing.

Keila Knightley tb aparece como coadjuvante interpretando uma aliada e única amiga de Turing.

Apesar do papel pequeno, a moça consegue atuar sem comprometer a película, já que a mesma tem o hábito de usar  manjados cacoetes em seu currículo.

“O Jogo da Imitação” é um filme mais do que aconselhável.

Bem dirigido, bem roteirizado,o filme cumpre a missão de informar com absoluta competência.

Mais uma grande obra realizada pelo cinema britânico.

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