Confesso que esperava muito mais de “Foxcatcher- Uma História que Chocou o Mundo.
Foram tantas as críticas positivas que achei que me depararia com uma maravilha da sétima arte.
Que nada.
O filme é bem dirigido, bem produzido, tem um ótimo elenco, fotografia esplêndida e um roteiro razoável.
É esse deslize que torna “Foxcatcher” uma pequena decepção.
A narrativa é perfeita na primeira parte, mas escorrega na segunda e desliza no final.
Os irmãos Shultz são lendas na luta greco-romana.
Medalhistas olímpicos, ambos vivem em função do esporte.
Mark (Channing Tatum) é reservado e solitário, enquanto David (Mark Ruffalo) faz a linha simpático e pai de família.
Essa duas personalidades tão distintas irão encontrar no obscuro John du Pont (Steve Carrel) um milionário benfeitor interessado em apostar suas fichas numa equipe vencedora de medalhas.
David topa de cara e se muda para o complexo esportivo situado na propriedade de Du Pont.
Nasce uma relação profunda que descamba para uma amizade asfixiante e nada convencional.
A relação dos dois será repleta de embates, sendo necessária a intervenção do irmão mais velho e protetor David.
O fim trágico vai aos poucos tomando forma na figura esquizofrênica do sofrido milionário.
“Foxcatcher” é um filme que demora pra engrenar e quando o faz diminui a velocidade e termina por nos desanimar.
Perde-se o interesse pela trama e ficamos tentando adivinhar em que momento teremos o show de descontrole emocional do personagem central.
Acredito que o problema tenha sido o estudo exagerado da personalidade de David e Du Pont.
Falta agilidade ao celuloide que parece preso a um clímax que nunca vem.
Bennet Miller tem o hábito de fazer filmes com grande teor psicológico.
Mas dessa vez foi infeliz na sua escolha.
O roteiro até pode ser insuficiente para prender a nossa atenção, mas o mesmo não se pode dizer do elenco.
Steve Carrel segue cotado para ganhar o oscar e tem merecimento para isso.
Sua atuação é inacreditavelmente excelente.
Carrel é o próprio Du Pont reencarnado.
Mark Ruffalo segue apresentando interpretações bastante competentes, Channing Tatum comprova que tem interesse em manter uma carreira cercada de boas escolhas.
“Foxcatcher” se segura basicamente em seu elenco, mas não aposta em emoções fortes ou elaboradas.
No final das contas, termina por se revelar apenas um filme razoavelmente bom.
O que para mim não justifica nem um terço dos confetes.
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