Não sou uma apaixonada pelos filmes do gênero.
Isso pode explicar a minha dificuldade em conferir “Corrente
do Mal”.
Foram duas tentativas fracassadas, até que consegui seguir
adiante.
Valeu a pena.
Fui verdadeiramente surpreendida por uma produção acima da
média.
Devo ressaltar que
David Robert Mitchell conseguiu a proeza de fugir de alguns estereótipos manjados
e
nos presenteou com uma obra perturbadora.
Engana-se quem pensou
que foram gastos milhões pra conseguir o efeito desejado.
O roteiro deu conta do recado e contou pra isso com a câmera
que usa e abusa de tomadas abertas.
A trilha sonora aparece como coadjuvante, nos dando uma
presença que torna tudo ainda mais ameaçador.
A jovem Jay (Maika Monroe) está no auge da vivacidade
romântica.
Ela namora um jovem misterioso com quem se relaciona
sexualmente.
A primeira transa termina de forma caótica.
Jay é informada pelo namorado que está possuída por uma
força oculta que irá lhe perseguir pelo resto da vida.
Para se livrar da maldição terá que passar adiante, ou seja,
o ato sexual é a única forma de liberar o que foi contraído.
O enredo pode parecer surreal, mas não deixa de ser
sensacional a forma bizarra como é conduzido.
David Robert Mitchell torna seu filme capaz de render
algumas leituras.
É perfeitamente possível fazer uma conexão entre a maldição e as
doenças sexualmente transmissíveis e epidemias.
Inicialmente lançado em poucas salas de cinema, “Corrente do Mal” tornou-se um sucesso nos cinemas americanos.
O longa já faturou US$ 14 milhões, tendo um alto grau de
aprovação entre os críticos.
“Corrente do Mal” mostra o poder que um bom roteiro pode ter nas mãos
de um diretor competente.
Bem dirigido e interpretado, merece ser visto por quem aprecia
um bom filme de terror.
E isso tudo foi obtido sem nenhuma gota de sangue jorrando das telas.
Grande feito que só vem comprovar o talento do jovem promissor.
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