"Zipper", by Mora Stephens



Não lembro de outro filme que Mora Stephens tenha dirigido.

Mas isso não muda em absolutamente nada o que penso a respeito de “Zipper”.

É uma produção interessante, com um bom elenco e roteiro que não subestima o espectador.

Sam Ellis (Patrick Wilson) é um advogado ambicioso que almeja uma vaga no senado.

Ele tem uma vida familiar aparentemente feliz ao lado do filho e da compreensiva esposa (Lena Headey)..

O cara posa de fiel e foge de uma traição feito um diabo da cruz.

Logo veremos tudo ruir ao vê-lo  se derreter por uma estagiaria sexy.

O romance não vinga, mas  o nosso anti-herói começa a ter comichões de desejos sexuais.

Achei meio louco que isso tenha acontecido de uma hora pra outra.

Quer dizer que repentinamente o marido confiável tornou-se um viciado em safadeza??

O  roteiro comete um deslize ao não trabalhar isso mais a fundo.

Fica parecendo que  Sam Ellis endoidou repentinamente.

Será a tal TPM masculina??

Deixemos isso pra algum terapeuta mais afoito.

Mesmo assim, a trama consegue vencer a barreira do inverossímil com muita esperteza.

Mora Stephens acerta ao fazer com que seu personagem central não mude de personalidade.

Não tem lição de moral ou castigo que consiga redimir o caráter duvidoso de Sam Ellis.

Isso não é ruim.

Trata-se apenas da mais cruel realidade.

As pessoas são como elas são!!

Já estava cansada de assistir filmes em que o homem sempre termina sendo castigado por uma amante invejosa e vingativa.

Hollywood adora arranjar desculpas esfarrapadas.

Que o diga “Atração Fatal” e outras produções menos competentes.

“Zipper” narra uma história sem reviravoltas sensacionalistas.

O casamento é um elo que se rompe quando a lealdade não está presente.

E nem todo homem se sente culpado por fazer sexo pago.

Sorry.

“Zipper” não traz nenhum alento aos defensores da monogamia.

Sam é o autêntico pai de família que não consegue manter o “Zipper” fechado.

Nós já conhecemos bem o tipo.

Nem todos se redimem.

E assim é a vida.

Um filme que pode chacoalhar a mesmice de alguns casamentos. 

Digno de um bom divã.


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