Eu já havia desistido de Johnny Depp.
Não havia mais espaço na minha rotina cinéfila para qualquer coisa feita pelo astro.
Mas, eis que surge “Aliança do Crime” e sou agraciada com uma atuação de gala.
Depp consegue tornar o filme algo especial.
E olha que não é tarefa fácil se interessar pelo roteiro lento apresentado no decorrer da exibição.
Aos poucos, somos capturados pela estupenda capacidade interpretativa demonstrada pelo experiente ator.
O que importa é a presença marcante de um cara que merece ser reconhecido pela coragem.
James “Whitey” Bulger (Johnny Depp) é o chefão do crime organizado em Boston.
Whitey é a própria encarnação do mal.
Violento, vingativo, impiedoso e cruel.
Capaz de eliminar e sorrir a ao mesmo tempo, ele parece saborear com prazer cada momento sanguinolento.
Mas, Whitey tb é um pai de família e filho exemplar.
Seu irmão Wiliam Bulger (Benedict Cumberbatch) é um respeitado senador que finge não perceber a vocação do irmão ao lado negro da força.
Ainda tem John Connoly (Joel Edgerton) como amigo de infância de ambos, que agora resolve usar Whitey como informante do FBI.
Infelizmente, Connoly não consegue separar a amizade de infância que nutre pelo mafioso e isso termina por afetar sua visão sobre a criminalidade e justiça.
O filme retrata essa relação conflituosa de forma exata, mas peca ao não se aprofundar no jogo de interesses entre Whitey e o irmão poderoso.
Esse erro compromete o andamento do filme, pois ficamos tentando entender a morosidade da justiça com o respeitado senador.
Afinal de contas, ele era irmão do criminoso mais temido da cidade!!
Estranho né?
Ainda bem que essa deficiência no roteiro não nos faça desistir de seguir adiante.
Acredite, “Aliança do Crime” não é de todo ruim.
O trio de atores atuam numa perfeita simbiose, consolidando os elogios recebidos por cada um.
Todos possuem o poder de prender nosso interesse no desenrolar da história.
Que por sinal, é verídica.
Lamentável que Scott Cooper não tenha tido a coragem de cutucar a escabrosa rotina sangrenta mais a fundo.
“Aliança do Crime” termina por ser um filme mediano, que mantem todo o seu interesse na volta por cima do
desacreditado Johnny Depp.
Deverá ganhar uma nomeação ao Oscar.
Depp merece, mas já afirmou que não valoriza tal premiação.
Veremos.
0 comentários:
Postar um comentário