Quem diria que o filme que tanto evitei seria o que mais me prazer daria de assistir?
É isso aí, “Argo” é surpreendente em todos os sentidos.
Uma produção simples, roteiro sem firulas em 122 minutos pra lá de empolgantes.
Finalmente, um filme que conta uma história sem recorrer à grandes intervenções ou efeitos especiais.
Para o meu espanto tudo isso foi obra de Ben Affleck.
Yeah, esse cara que nunca gostei realizou um filmaço.
O roteiro narra a história dos 52 empregados da embaixada americana que ficaram retidos no Teerã.
A atitude foi uma retaliação após os Estados Unidos terem concedido asilo político ao governante anterior, o maquiavélico Reza Phalavi.
Durante a invasão da embaixada, seis funcionários conseguiram escapar das autoridades e foram se refugiar na casa do Embaixador canadense.
Tem início uma disputa que levaria meses para ser resolvida.
A América se recusa a devolver Rheza.
Os iranianos ameaçam os sobreviventes de tortura e morte imediata.
O governo resolve tomar uma atitude e cede ao plano mirabolante arquitetado pelo agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck).
Mendez forja um filme canadense em terras inimigas.
Os seis funcionários a serem resgatados seriam a parte crucial da equipe de filmagens.
A idéia parece ser a única forma de salvar os sobreviventes de um
final catastrófico.
Mendez vai à Hollywood em busca de colaboradores e conhece John Chambers (John Goodman) famoso maquiador da época que chegou a ajudar a CIA em alguns disfarces.
Chambers o apresenta a um famoso produtor (Alan Arkin) que irá esmiuçar a velha prepotência cinematográfica ao agente.
É nesse momento que Argo eleva um pouco mais o nível, tirando um sarro das velhas falcatruas hollywoodianas.
Aliás, Ben Affleck apresenta algumas variações cinematográficas tornando seu filme ainda mais interessante.
Argo começa como um drama político.
Logo em seguida entra para o sarcasmo ao escancarar a indústria do cinema.
No final, detona tudo se tornando um thriller empolgante que rende ótimos momentos de tensão.
Chris Terrio ganhou merecidamente o Oscar de roteiro adaptado.
E para ninguém me acusar de implicante, estou reconhecendo o amadurecimento de Affleck como diretor.
Sinceramente não esperava gostar tanto de Argo.
A ideia de juntar John Goodman a Alan Arkin se mostrou perfeita.
O porém continua sendo a falta de expressão de Ben Affleck como ator.
Eu não poderia deixar de reconhecer sua canastrice.
Mas nem a sua interpretação insossa consegue estragar a trama empolgante.
Argo se sobressai por mostrar fatos verídicos e não se tornar enfadonho.
O roteiro enxuto encontra em Affleck o aliado perfeito.
Acho que a Academia cometeu um grande injustiça em sua exclusão na disputa pelo Oscar de melhor diretor.
No final das contas, tanto faz.
Não deixe que um detalhe insignificante como esse lhe tire o prazer de desfrutar de Argo.
Esqueça o Oscar e vá ver um dos melhores filmes de 2012!!
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