Tinha uma certa desconfiança com essa produção tupiniquim e fui conferir já esperando pelo pior.
Mas dessa vez tive que morder a minha língua.
O filme veio resgatar uma safra que andava bem capenga.
Depois de péssimos exemplares de filmes de gosto duvidoso, eis que surge uma produção que mistura humor negro com tiradas pra lá de cômicas.
Tudo isso tendo um elenco super entrosado que mostra talento para a comédia pastelão.
Quatro amigos de colégio são o que podemos chamar de fracassados.
Eles dividem gostos musicais, paixões por HQ e uma incapacidade total de progredir financeiramente na vida.
Rodrigo (Danto Mello) é um musico que é chutado pra fora de casa pela namorada cansada de suas mentiras.
Amaral (Fábio Porchat) é o malandro que só pensa em mulher.
Tonico (Felipe Abib) e Vaguinho (Gregório Duvivier), vivem em meio a jogos de videogame e bebedeiras.
Todos loosers de profissão e com nenhuma vontade de sair do marasmo.
Danilo (Lúcio Mauro Filho) convida Rodrigo para ajudá-lo num assalto e, consequentemente, coloca os amigos como participantes do plano infalível.
Obviamente que tudo sairá errado.
O quinteto se mete em situações absurdas e acabam por envolver a bela Jaqueline (Natália Lage) em suas ações mirabolantes.
Ainda tem espaço para entrar na trama o político corrupto Paulo (Bruno Mazzeo) que termina por ser o alvo final do fracassado plano.
O ótimo roteiro consegue prender a atenção e nos vemos sendo jogados pra lá e pra cá em cenas bem dirigidas.
Maurício Farias demonstra extrema segurança ao dirigir sem perder o ritmo.
Talvez parte do sucesso se deva ao fato do elenco reproduzir um pouco a esquete dos comediantes do Porta dos Fundos.
Sucesso no Youtube, dois atores da sensação da internet fazem parte desse projeto:
Porchat e Duvivier são as melhores coisas do filme, eles não deixam dúvidas que possuem um futuro garantido no seguimento do humor.
Engraçado, debochado, repleto de referências a James Bond e Batman, “Vai que Dá Certo” é garantia de riso frouxo.
Nem o insosso Bruno Mazzeo consegue estragar os 87 minutos de projeção.
Graças a Deus que o papel dele é pequeno, caso contrário, seríamos obrigados a vê-lo em ação com a mesma falta de expressividade de sempre.
Divertido e leve, “Vai que Dá Certo” é a prova de que é possível fazer cinema sem aquele velho padrão global de comédia barata.
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