“Concussion”, by Stacie Passon





Esqueça o nome pavoroso dado pela distribuidora brasileira.

“Concussion” é um filme com poucos recursos cinematográficos, que se sobressai pelo tema incomum e por ser catalogado como filme gay.

Mas não se espante com o tema e com o carimbo de independente.

“Concussion” (Antes sexo do que nunca) tem mais atrativos do que parece.

Primeiramente, não é um filme exclusivamente lésbico.

A relação aqui descrita se encaixa tanto no universo gay, quanto no universo heterossexual.

As dificuldades que fazem parte de todo casamento é algo universal.

Não existe nada que faça com que o desamor ou a infelicidade conjugal possa ser conjugada somente entre homem e mulher.

Hoje, a sociedade moderna já compreende que todos nós, independente do gênero sexual, passamos pelas  mesmas dificuldades que os outros casais enfrentam.

Este acaba sendo o grande atrativo dessa interessante película.

Abby (Robin Weigert) é uma quarentona atraente, mãe de dois filhos, que vive uma vida confortável ao lado de mulher que parece não sentir mais desejo sexual por ela.

A vida aparentemente confortável não esconde o enorme distanciamento entre as duas.

Depois de levar uma bolada no rosto e ficar bastante machucada, Abby começa a analisar profundamente 
sua tediosa vida matrimonial.

Termina por procurar uma prostituta para ter seus desejos satisfeitos.

Inesperadamente, Abby gosta tanto da experiência que ela mesma se resolve se tornar uma call girl.

Ela adota o pseudônimo de Eleonor e atende uma variada clientela feminina que lhe rende um bom dinheiro 
e conforto sexual.

Quem pensou nas coincidências que o filme tem com “A Bela da Tarde” acertou.

Realmente, são bem parecidos.

Mas ao contrário da personagem de Bunuel, Abby/Eleanor parece mais humana e profunda..

Torna-se quase compreensível a fuga pelo sexo de uma vidinha pacata e sem grande importância.

Grande parte dessa simpatia vem da excelente atuação de Robin Weigert.



Robin interpreta com naturalidade uma reprimida dona de casa que vai aos poucos se soltando de todas as amarras.

Bela e sexy, sua performance emocional é boa o suficiente para nos tornar  cúmplices das suas fugas.

O resto do elenco também apresenta interpretações bastante convincentes.

A estréia de Stacie Passon é promissora.

Sua produção consegue dilacerar dúvidas e suspeitas pessoais com extrema competência.

Outro ponto a favor são as belíssimas cenas eróticas em que Passon filma sem nenhuma vulgaridade.

“Concussion” apresenta um desfecho bastante inesperado.

A compreensão do final dos personagens cabe a nós mesmos.

Que cada um escolha a melhor opção.

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