Martin Scorsese está de volta com seus filmes verborrágicos e sem moral nenhuma.
Aliás, isso já virou uma marca registrada de um cineasta que costuma filmar com agressividade.
Não adianta, Scorsese é selvagem.
O homem é completamente doido.
Talvez por isso, já dava pra perceber o que viria pela frente.
Uma olhada no trailer e BUM, ficou óbvio que sua nova empreitada cinematográfica seria algo arrojado.
Fui assistir “O Lobo de Wall Street” com uma baita expectativa.
Devo dizer que lá pela metade do filme eu já estava declaradamente decepcionada.
O início mostra-se eletrizante.
A adrenalina pulsa da tela, sente-se ondas fortes vindo em nossa direção.
De repente.....
Nada.
A história toda vai se tornando longa demais, cansativa demais, exagerada demais.
o resultado frustra quem esperava uma obra mais realista e menos absurda.
Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) é um especulador ambicioso, capaz de tudo para ganhar milhões.
Viciado, mulherengo, canalha, repulsivo.
Acredite, o crápula é um fdp de marca maior.
Belfort tem o dor de manipular um exército com suas frases de efeito.
Realmente, o cara consegue vender até tijolo no meio do deserto.
Sua megalomania lhe permite abrir o próprio escritório ao lado de um bando de cafajestes tão sem caráter quanto ele.
A partir daí, somos levados à uma jornada rumo a um mundo sexista, vulgar e sem nenhuma moral.
Fica duro suportar quase três horas de exibição em que vemos todos os tipos de doideiras feitas por um bando de drogados engravatados.
Aos poucos, tudo vai se tornando chato.
Fica um porre ver a autodestruição desses babacas.
E a gente torce, torce muito para que todos tenham o que mereçam.
Infelizmente, o grande criador do esquema, Belfort, cumpriu apenas alguns meses de prisão.
Hoje leva uma carreira bem sucedida fazendo palestras motivacionais.
Pode parecer inacreditável, mas tem muito idiota por aí que paga para ouvir o que esse maquiavélico tem para ensinar.
“O Lobo de Wall Street” mostra o lado engraçado de quem burla a lei.
Pena que não se comprometeu ao mostrar o outro lado da moeda.
Dezenas de pessoas perderam tudo ao apostarem nas promessas malucas de Belfort.
Essa decisão torna-se o maior defeito da película.
Falta-lhe humanidade.
Sobra sacanagem e machismo.
Mas o elenco não tem nada com isso.
Leonardo DiCaprio chega ao auge do seu talento nos dando uma interpretação alucinante.
E até mesmo Jonah Hill aprendeu a representar.
Scorsese sabe mesmo como conduzir seus atores.
O problema acaba sendo o blá blá blá técnico, maluco e estressante do roteiro.
Tem quem diga que é o melhor filme dele.
Pra mim, é apenas um filme indicado para homens com problemas de ereção e auto estima.
Três horas de filosofia barata.
Nada mais e nada menos.
Filminho para macho que curte uma vida sem limites.
0 comentários:
Postar um comentário