“Azul é a cor mais quente” chega ao Brasil com enorme atraso.
O que acaba significando muito pouco, pois a película é tão intensa que só podemos agradecer por finalmente ter chegado aqui.
Sem dúvida, um dos grandes filmes de 2013!!
O amor jovem é narrado em toda sua brutalidade.
Esse filme me tocou à fundo.
Fiquei imobilizada, atônita, quase chocada.
A descoberta da sexualidade por Adèle (Adèle Exarchopoulos) é algo natural, sem grandes sustos ou batalhas verbais.
Adèle é apenas uma garota de 17 anos em busca de si mesma.
Ela quer amar, quer ser amada.
Quer descobrir o sexo em todas as formas.
Transa com um pretendente porque sim.
Mas é com a garota de cabelos azuis Emma (Léa Seydoux) que alcança a descoberta do amor pleno, sensual.
Chocante a cena em que Adèle é confrontada pelos colegas do colégio por desconfiarem de sua identidade sexual.
Adèle sofre e nega qualquer tipo de envolvimento.
Assim segue diante sua vida, imune à assumir posturas, ocultando suas verdades, tentando não entrar em confronto com o que a sociedade lhe impõe.
Mas Emma é o seu oposto.
Bem resolvida, liberta, corajosa, diferente.
Desde o início fica claro os mundos opostos que lhe cercam.
Adèle sonha com o provável mundo da sobrevivência.
Emma quer ir além da realidade, realizar seus sonhos artísticos.
Esse distanciamento torna-se óbvio durante uma festa em que os amigos de Emma estão presentes.
Adèle pouco fala, observa aquele universo intelectual e se cala.
Seria o amor suficiente para unir tão improváveis mundos?
Não nego que fui às lágrimas com essa adorável película.
O exímio trabalho das jovens atrizes completam um roteiro desconcertante.
Impossível não sofrer junto com Adèle Exarchopoulos no momento em que é abandonada em meio à dor.
Abdellatif Kechiche realizou um filme extremamente lindo.
Uma pena que grande parte do público vá assistir “Azul é a cor mais quente” pelos motivos errados.
Se vc quer ver sexo explícito, procure outra coisa.
As cenas eróticas de “Azul é a cor mais quente” não foram feitas com o intuito de chocar.
Nada é gratuíto.
Me recuso a crer que Abdellatif Kechiche faria algo tão avassalador apenas para inserir sexo lésbico.
Quem tiver sensibilidade, irá passar longe da provocação.
Fuja dos estereótipos.
Esqueça a propaganda porn soft que envolve esse filme e se desligue dos preconceitos.
“Azul é a cor mais quente” é simplesmente, genial em todo seu esplendor.
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