Há exatos 38 anos surgia Star Wars.
Naquela época não existia celulares ou redes sociais.
O mundo se comunicava através de telefones e cartas.
Sim, as pessoas se comunicavam de uma forma bem diferente.
O mundo ainda estava sob a onda discothèque.
John Travolta era alçado à ídolo mundial.
Surgia também Steven Spielberg com seu Tubarão.
Inventaram o cinema arrasa quarteirão.
Tive a sorte de presenciar o surgimento de uma nova cultura.
A cultura blockbuster repleta de filmes que primavam por uma produção requintada e roteiros mirabolantes.
Eram bons tempos.
Tempos esses que hoje parecem fadados a lembranças.
Nunca fui ou serei uma nerd.
Mas isso não me tira o mérito de ter tido o prazer de fazer parte do surgimento de uma das sagas mais fantásticas já criadas pelo cérebro humano.
Eu tinha 11 anos na época do lançamento de “Star Wars”.
Era uma criança apaixonada por cinema e literatura
Lembro-me do bafafá que foi lá em casa.
Minha tia comentando sobre o filme repleto de coisas que nunca ninguém havia visto.
Obviamente que para uma criança curiosa essa descrição foi muito sugestiva.
Implorei para que ela me levasse.
Pedido aceito, lá fomos nós em pleno domingo enfrentar um calor esfuziante.
Para nossa surpresa, a fila descia pela Eduardo Ribeiro, chegando ao imponente Edifício Cidade de Manaus.
O primeiro horário já estava esgotado.
Titia, minha heroína perfeita, comentou bravamente “Não faz mal. Iremos assistir hoje de qualquer jeito”.
Ufa, foram quase quatro horas numa fila sem direito a sombras ou refrescos.
O tempo passava e a fila crescia e a tensão tb.
Finalmente, hora de entrar.
Adentrei ao tapete vermelho da recepção com o coração aos pulos.
Iria finalmente conferir um outro mundo repleto de estrelas, planetas, heróis e heroínas.
Luzes apagadas, tem início o que eu chamaria de as duas horas mais incríveis da minha ainda tão jovem experiência de cinéfila.
Nunca havia visto nada tão sensacional.
Naves espaciais, uma princesa bonita e teimosa chamada Leia, um jovem talentoso que fazia milagres com um sabre de luz, robôs tão inteligentes quantos os humanos, um cara cínico e seu enorme amigo peludo.
E claro, o porte altivo, o vilão mais encantador, temeroso e enigmático que já havia visto nas telas.
O cinema foi tomado por um silêncio admirável.
A plateia parecia inebriada diante de tantos efeitos especiais.
Por favor, entendam o nosso deslumbre.
Eram épocas bem diferentes aquelas.
Pode parecer incrível para vocês que hoje bocejam vendo os absurdos de lixos como Transformers.
Mas, nós, jovens ainda inexperientes, ficamos realmente abismados com os tais efeitos especiais.
Cá entre nós, nem sequer sabíamos exatamente o significado dessas palavras.
Saí do cinema maravilhada.
Meu mundo foi revirado de cabeça pra baixo.
Nunca mais eu veria o cinema da mesma forma.
Naquele fatídico dia, fui inserida no atraente mundo dos filmes de ficção científica.
Descobri também a genialidade de George Lucas, o carisma de Harrison Ford, a beleza jovem de Mark Hammil e a trilha de John Williamns.
Confesso que fui tocada por Carrie Fisher.
De repente, nós queríamos ser tão destemidas e atraentes como ela.
Star Wars virou uma epidemia.
Mas, nada nos prepararia para o que a franquia movimenta hoje em produtos e devoção.
Ninguém tinha a noção exata da importância que o filme teria na vida de tantas pessoas.
É realmente espantoso o numero de fãs que a saga tem ao redor do mundo.
Éramos tolos, quem imaginaria que 38 anos depois, ainda estaríamos aguardando o surgimento de mais um novo capítulo nessa história tão repleta de significados e símbolos?
Hoje, 38 anos depois, ainda assisto e relembro emocionada como tudo começou.
Sinto-me a mesma garotinha entrando naquela sala escura, segurando na mão da minha estimada tia, com o coração repleto de sonhos.
O tempo passou, eu envelheci.
Vivi intensamente.
Mas continuo crendo no fantástico universo criado por Lucas.
Que a Força esteja com você, bravo guerreiro, jovem padawan, nerd ou cinéfilo.
0 comentários:
Postar um comentário