Wall Street, o Dinheiro Nunca Dorme, by Oliver Stone





Para quem não entende patavina de economia “Wall Street – O dinheiro nunca dorme” pode ser um saco. Talvez fosse realmente pior se não tivéssemos uma razoável história por trás. Grande parte desse atrativo está na figura emblemática do personagem central que retorna após 24 anos em submerso esquecimento.

O primeiro Wall Street foi feito em 1987. Merecidamente o filme colheu excelentes críticas e o Oscar de melhor ator para Michael Douglas. Naquela época, o mundo estava deslumbrando com o way of life dos yuppies, da cocaína, dos ternos metricamente lapidados.

Enfim, Oliver Stone realizou uma obra digna de aplausos e mesmo sendo exageradamente teórico, o filme conseguiu arrebatar até mesmo quem não entendia nada de aplicações e golpes financeiros.

Wall Street 2 não chega a empolgar. Os jargões técnicos continuam imperando, mas dessa vez temos uma história que foca as relações entre os personagens, dando um tom mais convencional e certinho.

O filme tem início com Gordon Gekko (Michael Douglas) saindo da prisão depois de cumprir alguns anos na cadeia. Gordon está magro, descabelado e aparentemente abandonado a própria sorte.

Temos um pulo nos anos seguintes e vemos Gekko lucrando fama e dinheiro com um livro auto biográfico onde conta tudo sobre os golpes que aplicou na bolsa.

Logo em seguida, conhecemos Jake Moore (Shia LaBeouf) jovem que trabalha em Wall Street e que nutre por Gekko verdadeira admiração.

Coincidentemente, Jake namora Winnie Gekko (Carey Mulligan) filha do ex-todo poderoso de Nova York.

Obviamente que dessa relação irá sair toda a trama que moverá o enredo. E talvez por isso mesmo, o filme perca todo o seu encanto. Não dá pra imaginar Gekko se importando com algo mais do que consigo mesmo.

Também não ajuda o fato dos diálogos entre pai e filha serem tão mal explorados. Não existe química entre Douglas e Carey Mulligan. Acho que Mulligan é tão boa atriz que não combina com nada muito comercial.

Wall Street aproveita os minutos de projeção pra vender whisky, motos, ternos e Nova York. Oliver mostra toda a exuberância novaiorquina sem exagerar nas cores, tornando seu filme um cartão postal tipicamente americano.

A trilha sonora também é modernosa e acompanha o avançar dos anos. Nada de rock pop new wave. Agora é o lounge ambient que domina o tic tac dos relógios made in Suíça.

Bom ou não, “Wall Street – O dinheiro nunca dorme” tem lá seus momentos convincentes. Não chega a ofuscar o brilho do primeiro, mas também não é tão ruim quanto pode parecer.

Por enquanto, Oliver Stone parece realmente ter perdido o talento para contar histórias.

Wall Street perde-se ao fazer de Shia LaBeouf o ator principal. Ao meu ver, Gekko ficou em injustamente em segundo plano.

Definitivamente, o vilão mais charmoso de Wall Street merecia um grand finale mais digno de sua fama.



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