“The World Unseen” by, Shamim Sarif


A diretora assumidamente gay Shamim Sarif, se especializou em levar para as telas filmes em que as personagens lutam para serem aceitas e amadas. A repressão familiar, política e social surgem como temas sempre abordados em suas produções. Tudo isso tendo como fundo o romance tipicamente lésbico encenado pelas mesmas protagonistas do bem sucedido “I Can’t Think Straight”.

Mas o que poderia ser um problema , surge como um grande aliado da diretora. É inegável que as duas protagonistas são dotadas de uma extrema afinidade artística. E espertamente, a diretora usa da intimidade das moças a seu favor.

Dessa vez Shamim conta a história de um relacionamento lésbico que explode em pleno apartheid na África do Sul.

Miriam (Lisa Ray) indiana dona de casa, é casada e mãe de três crianças. O casamento de conveniência sobrevive à base de muita submissão e de nenhum direito de expressar quaisquer outros sentimentos.

Amina (Sheetal Sheth) é dona do café mais freqüentado da cidade e luta contra todos os tipos de preconceitos. Sua história é completamente oposta à de Miriam. Amina tem liberdade para falar o que pensa e sente, sem nunca pensar nas conseqüências.

Entre essas duas almas tão opostamente diferentes irá florescer uma atração física que abalará as estruturas do até então mundo perfeito das personagens.

A relação inter-cultural será vivida no coração de um país que ainda luta contra o racismo e contra a invasão de estrangeiros.

É admirável que o filme consiga manter o interesse apesar dos poucos recursos técnicos. A produção é independente e como tal, tem em seu casting atores bem desconhecidos do grande público.

De forma alguma isso atrapalha o desenrolar do roteiro, “The World Unseen” consegue em mais de 1:29 minutos dar um final equilibrado ao que se propõe.

Shamim Sarif faz do seu longa uma obra pungente com direito a reviravoltas que fazem o espectador compreender a possibilidade de todos os destinos. Esse afinal, é o equilíbrio que mantém o interesse na trajetória de todos os seus personagens.

Quanto a Lisa Ray e Sheetal Sheth, resta a certeza de que personificam a versão gay de Brad Pitt e Angelina Jolie. Como se explica tanta empatia em cena?



Sinceramente, as meninas foram feitas para atuarem lado a lado. E isso torna o desenrolar do enredo ainda mais empolgante.
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About Cláudia Pereira

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