Acho que não preciso me prolongar muito sobre o roteiro de “Bruna Surfistinha” . A história da personagem central há muito tempo já virou de conhecimento público. Quem não conhece a trajetória da prostituta mais famosa do Brasil? Não é a toa que o seu nome é um dos mais clicados no Google. Isso de certa forma, explica o estrondoso sucesso e do falatório que causou na época do seu lançamento.
Mas uma coisa eu preciso reconhecer. Apesar da enorme bilheteria e do assunto meio esgotado, não se pode tirar os méritos dessa produção bem feita e dirigida.
O primeiro filme de Marcus Baldini consegue retratar as idas e vindas de Bruna sem cair na apelação. Apesar de falar sobre sexo o tempo inteiro, em nenhum momento o filme descamba para a baixaria explicita.
Aliás, as cenas sexuais não chegam a causar nenhum grande desconforto devido a habilidade do diretor e a magnífica interpretação de Deborah Secco.
“Bruna Surfistinha” não teria a mesma carga dramática se não fosse por ela e pelo excelente elenco. De todos eu reverencio a presença importante de Drica Moraes em mais uma interpretação ofuscante em todos os sentidos.
Elenco afiado, direção segura, boa fotografia, dão ao filme uma posição privilegiada no cinema brasileiro.
O único porém acaba sendo a narração em off que insiste em manter o espectador atualizado. Não entendo essa necessidade de tornar os sentimentos dos personagens tão óbvios. Será que o público não tem inteligência suficiente para julgar e entender as motivações de Bruna sem a ajuda generosa do roteiro?
Apesar de algumas falhas a respeito das razões que motivaram a garota em sua escolha pelo trabalho sexual, não se pode negar as qualidades que fazem de “Bruna Surfistinha” uma produção extremamente digna de todos os aplausos recebidos.
0 comentários:
Postar um comentário