CISNE NEGRO, by Darren Aronofsky




Não consigo explicar os motivos que me levaram a evitar “Cisne Negro” por tanto tempo. Que desculpa dar por não ter visto um dos filmes mais comentados e elogiados de 2010 senão a minha extrema preguiça?

A letargia cult foi tanta que somente agora obtive disposição para perder 103 minutos da minha vida vendo essa obra tão comentada pelos críticos e público em geral.

Serei breve e crua.

Sei que algumas pessoas irão me chamar de louca ou de emocionalmente incapaz, mas esse filme foi uma tremenda decepção em todos os sentidos. Acho que a minha intuição feminina é tão certeira que tentou alertar que eu estava entrando num labirinto repleto de cacoetes cinematográficos.

“Cisne Negro” não é nada além de um filme bem dirigido, bem fotografado e completamente esquecível. Poucos momentos são merecedores de qualquer outro tipo de sentimento contrário que não seja o bocejo.

Chato. Previsível. Frio.

Darren Aronofsky voltou a filmar do mesmo jeito que sempre fez em todos os seus filmes anteriores. A câmera nervosa. O tique taque dos atores encarnando a loucura. A trilha absurdamente exagerada.

O final tenta ser antológico, mas só consegue dar um enorme alívio a quem o assiste.
Nina (Natalie Portman ) é uma jovem bailarina que almeja interpretar o Cisne Negro e virar uma estrela. Mas para isso ela terá que vencer uma paranóia galopante.

Nina é frígida, contida, talentosa. Sexualmente reprimida, ela se irrita com uma colega de balé completamente oposta a ela. Lilly (Mila Kunis ) é tudo que Nina gostaria de ser. Sexy, divertida e muito conseqüente. Ambas nutrem uma relação de admiração repleta de sensualidade. Durante uma noite regada a bebidas/drogas, as duas terminam transando e protagonizam a melhor cena de todo o filme!

Isso mesmo, durante todos os benditos 103 minutos de projeção, somente uma vez somos agraciados com personagens de carne osso. A tomada toda comprova a enorme versatilidade de Natalie Portman, a credenciando como uma atriz de grande talento.

Mas, isso não a torna merecedora dos prêmios recebidos. Mesmo sendo absolutamente delirante em sua interpretação, não é possível negar que Annette Bening estava bem melhor em “Minhas mães e meu pai” . (2010).

Natalie não tem culpa se o roteiro a forçou a parecer caricata. Ela fez o que lhe mandaram fazer. Visto assim, talvez ela mereça mesmo o tal Oscar. Afinal de contas, não existe coisa pior que um diretor que insiste em recriar o mesmo clima em todos os filmes que dirige.

Darren simplesmente adora tornar suas atrizes uma caricatura exagerada de todas as suas loucuras audiovisuais (foi assim com Ellen Burstyn em Réquiem para um Sonho).

Pode ser que eu não tenha sensibilidade para me martirizar com o sofrimento alheio, mas não acho que certos excessos sejam dignos de piedade.

“Cisne Negro” não é a obra prima que todos me fizeram acreditar ser. Bastou 10 minutos para perceber que tudo não passa de mais um pesadelo de um diretor que adora brincar de Deus....

Share on Google Plus

About Cláudia Pereira

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.
    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário