Depois de muitos fiascos
cinematográficos, eis que M. Night Shyamalan retorna fazendo aquilo que mais
gosta: filme de suspense.
Demorei meses pra criar coragem
pra conferir essa nova empreitada do indiano.
Foram tantos os desastres
perpetrados por ele que realmente faltava-me coragem.
Fui uma das que depositei grandes
expectativas no trabalho dele e vi tudo ruir com filmes absurdamente
desastrosos.
Será que “A Visita” conseguirá
redirmir a carreira de um cara tão massacrado pela crítica?
Afirmo que vejo uma luz no fim do
túnel.
Pode não ser o grande filme da
carreira de Shyamalan, mas pelo menos conseguiu tirá-lo do limbo criativo no
qual se encontrava.
Paula Jamison (Kathryn Hahn)
não mantém contato com seus pais há mais de 15 anos, época em que fugiu com um namorado.
Um dia, os pais lhe enviam um e-mail pedindo pra conhecer os
netos que nunca viram na vida.
Paula acha uma boa ideia enviar os filhos rumo a uma fazendo
largada no meio da neve, aproveitando pra tirar férias num cruzeiro com o novo
namorado.
Becca (Olivia DeJonge ) e Tyler (Ed Oxenbould) são irmãos muito ligados e com algumas manias em
particular.
Becca pretende filmar um documentário sobre a
vida da mãe e pra isso conta com o irmão Tyler, um garoto viciado em hip hop
que sonha em ser um rapper de sucesso.
Os dois vão ao encontro dos avós nunca vistos e
são muito bem recebidos por ambos.
Porém, aos poucos , percebem que os avós
possuem manias estranhas, agindo como se vivessem num mundo paralelo.
O pavor e a desconfiança se instalam em Tyler,
fazendo com que Becca tente descobrir o que há de tão perverso na gélida
fazenda.
Shyamalan usa a técnica de found footage (tipo de filme finge
ser documentário, quando um dos personagens filma o desenrolar da trama com uma câmera
amadora).
Me desculpem, mas continuo achando muita falta de originalidade usar de um artifício tão manjado quanto esse.
Não dá pra achar muito esperto
ver os personagens correndo, se escondendo, tendo que enfrentar as mais
terríveis revelações sem soltar a maldita câmera!!
Ah, gente...jura?
Ok, mas é um filme de ficção,
terror, e filme de terror pode tudo, né?
Tá certo...
E filme de terror dirigido por Shyamalan é aquela coisa “te prepara pro pior”.
Porém, apesar da técnica usada pra
nos tornar observadores do desespero alheio, devo confessar que eu gostei.
“A Visita” é um filme engraçado,
repleto de sustos legais, com um elenco jovem e
promissor.
Pode não ser a melhor obra de M. Night Shyamalan,
mas pelo menos fez com que o diretor saísse do limbo criativo.
É interessante observar como a
velhice é vista sob o olhar infantil.
A decadência física causa uma
estranheza que choca, que compadece quem ainda está no auge da vida.
“A Visita” consegue assustar,
incomodar e divertir na mesma proporção, tornando-se a obra mais acessível de
Shyamalan.
O final deixa um sorriso de
alívio, nos convencendo de que tudo passa, que as crianças sempre conseguem
superar algumas tensões emocionais com uma coragem rara em muitos adultos por aí.
Um filme que deverá agradar aos
adolescentes e fãs do gênero de suspense.
Assim como você, vi com um grande pé atrás devido aos fiascos do diretor, mas me surpreendi positivamente. Muito divertido, dá uns bons sustos e mantém clima de suspense até o fim. Tomara que seja o início de sua volta por cima...
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