O aclamado fotógrafo Anton Corbijn usa seu talento por trás das lentes pra realizar mais uma obra aclamada e relevante.
Famoso por fazer clips de bandas famosas, Corbijn entrou de cabeça no mundo cinematográfico e não anda fazendo feio.
“Life” é apenas mais um registro da intensa elegância que marca seus trabalhos.
O diretor teve a coragem de retratar um mito visto pelos olhos do famoso fotógrafo Dennis Stock.
James Dean (Dane DeHaan) havia acabado de filmar Vidas Amargas e os indícios davam conta de que ele tinha tudo pra se tornar um mito.
O arredio James era realmente talentoso, porém, sua timidez e nenhum traquejo social tornavam tudo um grande problema.
Como fazer pra fazer com que o rapaz percebesse a magnitude do universo hollywoodiano?
Dennis Stock (Robert Pattinson) percebe que por trás do aparente desleixo e ironia, existe um astro pronto a explodir.
Surge uma improvável amizade que mudará por completo a trajetória de ambos.
O arredio Dean mostra a sua pacata rotina de fazenda ao novo amigo.
Stock fica impressionado com a vida levada por toda a família do jovem ator.
A convivência entre os familiares mostra um outro lado de Dean.
Impossível imaginar que alguém saído de um lugar tão pacato e religioso, irá se transformar num dos maiores ícones do mundo.
Aliás, é perceptível o pouco interesse que Dean tinha em alcançar a fama.
O que ele queria mesmo era interpretar papeis importantes, ser a voz de uma juventude ainda perdida diante de tanta pressão da vida adulta.
Stock também se sente pressionado perante as obrigações impostas por um casamento falido e por um filho que raramente consegue ver.
Esses dois mundos unem-se na eterna busca de fazer algo artístico e relevante.
Tanto Stock quanto Dean, querem apenas realizar suas aptidões longe do mercado opressor da indústria.
Para isso, Stock aceita empreender uma viagem com Dean rumo à Indiana.
Durantes esses dias, Stock capta a alma de Dean através das lentes raramente vista.
Os registros vão direto pra a revista Time e de lá viram imagens que se tornaram épicas, mundialmente projetadas e conhecidas pelos cinéfilos.
Anton Corbijn usa sua vasta experiência no ramo da fotografia pra mostrar o que somente uma lente é capaz de mostrar.
Seu filme é delicado, usando uma fotografia que realça ainda mais uma época repleta de astros e estrelas de primeira grandeza.
O roteiro esmiúça a relação entre Dean e Stock, mostrando que cada um lutava pra obter a mesma coisa : reconhecimento artístico.
Corbijn acertou na escolha do elenco.
Digo mais, ousou ao convidar Dane DeHaan pra encarnar um mito idolatrado até hoje.
É realmente impressionante a caracterização de Dane DeHaan em James Dean.
O mesmo timbre de voz, o mesmo andar, o olhar de quem foge de qualquer contato mais íntimo.
Robert Pattinson consegue atuar na mesma sintonia que DeHaan, conferindo ao longa um duelo de jovens promissores .
“Life” não decepciona aos fãs de James Dean.
No fim dos créditos, temos acesso a todas as imagens feitas por Dennis Stock e ficamos perplexos diante da semelhança física.
Um trabalho apurado que merece ser visto por quem quer esmiuçar a carreira de um dos maiores astros do cinema.
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