“Tangerine”, by Sean Baker





Um dos filmes mais divertidos que já vi na vida.

Esse é “Tangerine”, dirigido pelo talentoso Sean Baker e estrelado por duas divas trans.

O roteiro é um primor de audácia  e humor negro.

Sin-Dee (Kitana Kiki Rodriguez) adquire a liberdade depois de passar 28 dias na cadeia.


Logo é informada pela melhor amiga Alexandra (Mya Taylor) que o seu namorado se deleitou com “uma mulher que tem uma vagina”.




Sin-Dee fica possessa e resolve empreender uma caçada a tal mulher, que ousou cruzar o seu caminho.

Alexandra tenta a todo custo tirar da cabeça  da amiga o sentimento de vingança.

As duas terminam andando pelas ruas de Los Angeles enfrentando o sol com  nuances de cor tangerina, encontrando tipos pra lá de originais em cada esquina.

Tem o taxista Razmik (Karren Karagulian) que nutre uma enorme atração por relações com trans e foge de um casamento convencional .




Tem a garota de programa responsável por “roubar” o garanhão de Sin-Dee.




Tem o próprio garanhão posando de romântico devotado.




Tem a esposa e sogra de Razmik que saem pela cidade em seu encalço.




Enfim, são personagens que compõem um cenário noturno que habita a agitada noite da cidade do por do sol.

Toda essa odisseia foi gravada com 3 celulares Iphone 5s, tendo a  ajuda de  lentes  especiais para tal artificio.

O resultado é  exuberante.

Sean Baker realizou a proeza de realizar uma película com 100 mil dólares e iphones na  mão.





O mais legal é perceber que a produção não tem nada de amadora.

Pelo contrário, “Tangerine” obteve auras de cult por apresentar um roteiro diferente, repleto de imagens bem feitas e uma trilha deliciosamente alternativa.

Tudo aqui é tão bem realizado que é difícil crer que com tão pouco o diretor tenha conseguido chegar tão longe.

A escolha por trans autênticas também foi um ponto a favor.

Kitana Kiki Rodriguez e Mya Taylor dão um verdadeiro show de interpretação!





Ambas interpretam a realidade vivida nas ruas com uma autenticidade tão grande que chega a comover.

Engana-se quem imagina que nessa salada de personagens tudo seja festa ou bizarrice.

Há lugar para a dor, a onipotência e a coragem de enfrentar o preconceito diário.

Confesso que fiquei tão envolvida pela trama que não desgrudei os olhos da tela.

“Tangerine” diverte, emociona, encanta.

Pode também chocar quem vive numa realidade completamente oposta a mostrada aqui.

Mas isso não deverá ser problema pra quem é fã de cinema independente.

Uma obra real que nos coloca frente a frente com toda a adversidade que a vida nos proporciona.

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About Cláudia Pereira

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