“O Clube”, by Pablo Larraín





“O Clube”  tem o poder de revirar o estômago de quem o assiste.

Uma obra  intrigante que causa um desconforto enorme.

Fiquei totalmente chocada com as atrocidades mostradas durante os minutos de exibição.

É preciso muita coragem pra seguir adiante.

Principalmente pra quem ainda acredita nos ideais cristãs alardeados pela igreja católica.

Duvido que alguém continue imune às verdades expostas no filme de Pablo Larraín.

Uma irmã e quatro padres expiam suas culpas  numa casa à beira-mar.




Todos escondem pecados execrados pela tão santíssima igreja.

Os pecadores cumprem uma rotina bastante tranquila e harmoniosa.

Eles bebem, lucram com corridas de cachorros e fazem suas orações conforme a necessidade.

Ou seja, a verdade é que a prisão mais parece uma casa de repouso.

Logo a paz é quebrada com a chegada de  outro sacerdote  envolvido num escândalo.

O mesmo terminará por selar o fim da boa vida dos moradores da casa de expiação.

Um acontecimento trágico trará a presença de um jovem padre que prega uma postura mais impiedosa da direção da igreja com quem ousar praticar atos imorais.



Somos jogados no centro de revelações que nos causará arrepios de pavor.

É inacreditável imaginar que parte dessa história seja realmente real.

Dizem por aí que a igreja costuma proteger seus servidores envolvidos em práticas libidinosas.

Talvez por isso mesmo que o roteiro nos deixe tão desconfortáveis.

O diretor Pablo Larraín obteve sucesso ao retratar o obscurantismo presente nos alicerces do poder cristão

.

A fotografia consegue capturar o incômodo imposto a todos os pecadores ao usar uma câmera ligeiramente desfocada.

Propositalmente , os investigados surgem com os rostos em closes perturbadores, como se eles estivessem sendo observados bem de perto por nós.

Falando nisso, eu desafio alguém que consiga ficar imune ao clímax final.

Pablo Larraín orquestra magistralmente cada movimento em cena, preparando o elenco para um ápice de intensas revelações.

O clima esfumaçado de um Chile escuro ronda todos os minutos de exibição.

“O Clube”  cumpre com sucesso seu objetivo.

Ele perturba, inquieta e aniquila uma parte de nossa fé.



Filmaço feito com paixão e extrema coragem pelo determinado Pablo Larraín.

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