A Suprema Felicidade, by Arnaldo Jabor



Sempre achei Arnaldo Jabor um chato de galocha. Sua mania irritante de ser irônico sempre me pareceu exagerado. Todo essa suposta megalomania fazia dos seus filmes verdadeiros lançamentos da crítica especializada, que o alçou a grande mestre do cinema brasileiro.

Nunca estudei com cuidado suas obras cinematográficas, gostei de Eu Sei que Vou te Amar, mas não vi nada que merecesse tanta idolatria.

Aliás, esse foi um dos seus últimos filmes, desde então, Jabor vem se dedicando a textos na imprensa e tv.

Não sei se os tantos anos longe do cinema fizeram bem a ele. Jabor voltou mais verborrágico e confuso que antes.

“A Suprema Felicidade” quis mostrar um Rio de Janeiro saudoso e repleto de belezas. Não conseguiu, acabamos cúmplices da decadência que viria a se abater sobre a linda cidade maravilhosa.

O filme narra o desabrochar de Paulo (Jayme Matarazzo) filho de um aviador da FAB (Dan Stulbach). A mãe é uma dona de casa reprimida que sonha em ajudar nas despesas de casa (Marina Lima). As idas e vindas de Paulo são contadas a partir do fim da 2ª Guerra Mundial. A partir daí, iremos testemunhar o crescimento do garoto que aprende com o avô Noel (Marco Nanini) a saborear a felicidade em toda sua plenitude.

O grande problema de “A Suprema Felicidade” são os excessos de histórias mirabolantes. Não dá pra entender qual o sentido da personagem que a atriz Maria Flor interpreta. As cenas que ela protagoniza são de um exagero teatral absurdo.

E o que dizer de Jayme Matarazzo? O rapaz tem boa presença, um olhar forte, mas peca pela inexperiência. Jayme não consegue passar nenhuma fagulha de paixão. A voz estudada, os gestos desengonçados são escadas para o enorme talento de Marco Nanini. Esse dá um verdadeiro show e torna-se o chamariz para conferir o filme.



Dan Stulbach merece crédito especial pela estupenda atuação, assim como Elke Maravilha (deliciosa surpresa) e Marina Lima.

O tom saudosista não torna “A Suprema Felicidade” um filme charmoso. Eu diria que Jabor se perdeu diante de tantas referências e realizou uma obra extremamente cansativa.

Nem a boa ambientação é suficiente para tornar o retorno digno de aplauso. O filme de Jabor não representa o Rio...nem o carnaval...nem a descoberta do amor...A Suprema Felicidade padece de todos os exageros que sempre cercaram os comentários do seu criador.

Pelo visto, a hibernação cinematográfica não fez nenhum bem a Jabor.


Ficha Técnica:

título original:A Suprema Felicidade

gênero:Drama

duração:2 hr 5 min

ano de lançamento: 2010

distribuidora: Paramount Pictures

direção: Arnaldo Jabor

roteiro: Arnaldo Jabor

produção: Francisco Ramalho Jr. e Arnaldo Jabor

música: Cristóvão Bastos

fotografia: Lauro Escorel

direção de arte: Tulé Peake

figurino: Rita Murtinho e Valéria Stefani
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About Cláudia Pereira

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