“Mad Max: Estrada da Fúria”, by George Miller






Apertem  os cintos, o homem voltou.

Max Rockantansky tem um retorno triunfal pelas mãos daquele que lhe criou.

Somente George Miller poderia ter know-how para realizar um trabalho tão intenso.

Poucas vezes tive a oportunidade de presenciar tanto esmero técnico e visual.

“Mad Max: Estrada da Fúria” é antes de tudo um filme de ação.

Não se engane com o status de cult recebido pelos críticos.

È filme de pancadaria, tiros, perseguições e cenas surreais.

Mas quem é louco de querer a realidade exposta em blockbusters??

Deixemos isso para os filmes europeus.

Se vc procura um roteiro profundo e cabeça, esqueça.

George Miller quer divertir e embasbacar a plateia com tudo que tem direito.

Conseguiu se tornar unanimidade.

Os dez primeiros minutos de exibição são eletrizantes.

Engana-se quem imagina que tudo cairia de ritmo.

Não há pausa para respirar .

Fica difícil comer a pipoca ou tomar refrigerante.

Deve ser o primeiro blockbuster do mundo que dispensa qualquer acompanhamento.

Dane-se os tira-gostos, o expectador fica a mercê da espetacular coreografia criada pelo mestre.

Max (Tom Hardy) surge ainda mais fragilizado, forte e raivoso.

Ele continua assombrado por um passado repleto de fracassos.

Quando Max parecia seguir rumo a uma vida  de sobrevivência egoísta, eis que surge em seu caminho a guerreira Furiosa (Charlize Theron).

Depois de alguma resistência, o nosso herói encontra-se envolvido na batalha que Furiosa trava contra Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne).

Quem espera surgir algum tipo de interesse amoroso, esqueça.

Aqui não existe espaço para conversas românticas.

O tempo é curto e o deserto,  insano.

Os aplausos ensandecidos em Cannes se justificam.

George Miller criou um balé de câmera dos mais belos.

Aliás, eu nunca vi coisa em igual.

A pirotecnia deslumbra e nos deixa sem fôlego.

Tudo isso orquestrado por uma trilha selvagem.

Tanto esmero contemplativo termina por deixar o elenco em segundo plano.

Tom Hardy mostra-se um Mad Max absolutamente impecável.

Não dá mesmo pra sentir falta do canastrão Mel Gibson.

Charlize Theron surge máscula, bela e confiante como Furiosa.

E George Miller termina por se firmar como um dos maiores diretores em atividade.

A hibernação artística lhe fez bem.

Voltou ainda mais delirante e talentoso que antes.

Ele e Mad Max ainda têm muito a contribuir aos filmes de ação.



O resultado é bom para nós e preocupante para os produtores.

Como alimentar essa cambada de expectadores sedentos por filmes tão bons quanto esse?

36 anos depois, o setentão George Miller ainda é capaz de fazer com que a indústria cinematográfica se curve ao seu inegável talento.

E estamos todos em transe...

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About Cláudia Pereira

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