“Vício Inerente”, by Paul Thomar Anderson.



Gosto do trabalho de Paul Thomar Anderson.

O rapaz conseguiu a proeza de ter uma carreira imaculada.

Seus filmes representam uma América sombria, realista, intensa e decadente.

Os personagens criados por ele seguem a mesma trajetória.

Pessoas que parecem vagar em meio a uma depressão e euforia  bastante peculiar.

São todos bastantes exagerados, fazem parte do mundo imaginário do seu criador.

Depois de assistir a uma penca de seus filmes, eu assumo que estou cansada.

Sinto-me exausta das loucuras e exageros criados por PTA.

Confesso que tem dias que tudo o que eu quero é ver um filme medíocre, com personagens comuns e paisagens amenas.

Nada disso é possível quando se assiste ao filme do americano.

Ele é naturalmente um cara muito muito doido.

E a crítica adora isso.

Mas, eu não sou crítica, tampouco ganho grana pra fazer o que faço.

O Mofo no Cinema é uma diversão, um hobby criado para aliviar a minha ansiedade e tensão.

Sou livre pra dizer quando gosto ou odeio.

E sinceramente, eu odiei “Vício Inerente”.

Chato pra cacete.

Excessivamente longo.

Roteiro repleto de saídas sem sentido.

Trilha bacanuda, yeah, mas e daí???

Doc Sportello (Joaquin Phoenix) é um detetive chegado numa marijuana que resolve ajudar uma ex-namorada envolvida com um milionário excêntrico.

A moça revela que a esposa do tal empresário está montando um sequestro para tirar grana e acabar com a reputação do marido.

Sportello aceita movido por uma paixão ainda mal resolvida que nutre pela beldade.

Durante as investigações surgem outros casos que irão se confundir e colocar a prova sua competência.

Os elos entre todas as investigações vão se afunilando, tornando tudo um enorme quebra cabeça.

Surgem diversos personagens envolvidos em situações que parecem fugir da  realidade.

É nesse ponto que o filme todo descamba para uma enorme fumaça de maconha.

O investigador hippie vaga feito um maconheiro sem rumo.

Não precisa ser nenhum Einstein para compreender que PTA acha muito legal colocar minhocas e pistas falsas pelo caminho.

O problema é que dessa vez a receita desandou.



Sinto-me absolutamente sem ânimo para continuar vendo  Joaquin Phoenix todo sujo e cagado.

Não dá mais.

Palmas para os críticos que enxergaram nesse emaranhado de referências  algo de subversivo e sórdido.

O cinema de PTA  já foi desmascarado.

A receita azedou.

A decadência perdeu o charme.

2 h 30 minutos de um saudosismo riponga bizarro.

Melhor não tragar....




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About Cláudia Pereira

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