“Maggie – A transformação”, by Henry Hobson




Arnold Schwarzenegger chora.

Lamenta.

Faz cara de sofrido.

Quase convence.

Quase...

Mas infelizmente o quase destrói as pretensões de um filme que queria ser diferente e não conseguiu.

A premissa de “Maggie” era mostrar um filme de zumbis sem canibalismo e os exageros tão comuns ao gênero.

Sinto informar que nenhum filme sobre zumbi  terá algum êxito se não tiver muito sangue e atores maquiados feito um espantalho.

Seria injusto afirmar que toda a culpa deve ser colocada sobre os ombros do musculoso ator.

Ele teve  a coragem de sair da zona de conforto.

Convenhamos que isso é coisa bem rara nos dias atuais.

O problema termina por não ser ele e sim Abigail Breslin.

A mocinha simplesmente está péssima como a filha infectada.

Ela parece desconfortável, vazia, caricata.

Faz o mesmo biquinho já manjado que usa em tudo que faz.

A verdade é que Abigail era engraçadinha quando criança.

Cresceu e se tornou apenas mais uma adolescente com cara de estorvo.

É isso.

O que dizer do roteiro?

Um fazendeiro tenta proteger a filha contaminada pela praga  que assola a América.

Obviamente que resolve enfrentar o sistema de saúde e levar  a guria em estado terminal para a casa da família.

Dane-se a vizinhança.

Ele realmente acredita que a filha terá forças para não se render ao canibalismo.

Pra sorte dele a única coisa que a mesma desfruta é uma pobre raposa.

Os humanos salvam-se da fome por carnes mais frescas.

Essa baboseira poderia ter funcionado se o roteiro não soasse tão patético.

Chamar Schwarzenegger foi covardia.

Ele não pode ser responsabilizado  pelas decisões equivocadas tomadas  pelo diretor e roteirista.

Fiquei emocionada ao ver a força que o brutamonte faz pra derramar uma lágrima.

Sério.


Tive ímpetos de sair aplaudindo quando uma lágrima desceu lentamente pelo rosto.

Mas logo fui contida quando tive que olhar pra cara de bonequinha contaminada da Abigail.

Depois de todas essas considerações.

Acho desnecessário dizer algo mais.

Não tem zumbi.

Não tem sangue.

Não tem alma.


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