“Livrando a Cara (Saving Face)” retrata o puritanismo da sociedade oriental de uma forma bem engraçada.
Will Pang (Michelle Krusiec) tem um futuro brilhante como cirurgiã recém formada. É independente e consegue ocultar de sua tradicional família o fato de ser lésbica. Isso não lhe parece um problema, pois mora sozinha e leva uma vida pacata. Mas logo se apaixona por Vivian (Lynn Chen), uma bela dançarina capaz de grandes renúncias em nome desse amor.
Tudo caminha tranquilamente, até que a mãe viúva de Will surge misteriosamente grávida. A Viúva Ma (Joan Chen), de 48 anos, vira o assunto da comunidade conservadora e é expulsa pelo pai até que encontre um homem honrado para assumir a paternidade.
Despejada pela família, Ma pede abrigo na casa da filha, sem suspeitar que irá causar sérios problemas ao recente compromisso assumido.
Para evitar um escândalo, Will evita desobedecer a mãe, sendo submissa e ocultando seus verdadeiros sentimentos em relação a Vivian. O namoro entra em crise e a Viúva Ma se nega a reconhecer a sexualidade até então ignorada da filha.
O roteiro acerta ao retratar a saída do armário de forma bem humorada, sem aquela seriedade absurda que marca alguns dramalhões gays.
No final das contas, tanto Will quanto Ma sofrem por serem mulheres numa sociedade machista , no qual o casamento é a única forma de realização feminina.
“Livrando a Cara” não retrata apenas uma relação homossexual. Acima de tudo, é o retrato de um conjunto de regras estabelecidas há séculos e que ainda hoje, permeiam grande parte da sociedade oriental.
O enredo não perde a oportunidade de cutucar as normas do velho mundo e o faz com bastante sabedoria .
Engraçado, despojado e bem dirigido, “Saving Face” cumpre à risca a proposta de mostrar que o amor quase sempre vale a pena.
E se não bastasse o interessante roteiro, ainda temos a sempre bela Joan Chen mostrando todo o seu talento como a viúva Mo.
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