Juro que fui assistir “As bem-armadas” com enorme expectativa.
Afinal de contas, a produção une a melhor comediante do cinema atual com a namoradinha americana que abocanhou (injustamente) um Oscar.
O tiro literalmente saiu pela culatra.
Porque tudo o que esse filme não consegue é ser hilário.
Depois de alguns minutos, já estamos cansados das caras e bocas de Sandra Bullock e da gritaria de Melissa McCarthy.
Tenho a impressão que as duas foram largadas a esmo para fazerem o que quiserem em cena.
O resultado é decepcionante.
A correria, a dubiedade entre as personagens torna tudo ainda mais confuso.
Bullock- McCarthy são as versões femininas de tipos masculinos já vistos em A Hora do Rush e afins.
Duas policiais são obrigadas a se unirem para trabalharem juntas num caso.
Engana-se quem pensa que irá ver algo mais sensível ou verdadeiro.
As meninas do filme parecem movidas a hormônios e a TPM.
Soma-se a isso a mais uma reviravolta que descamba para o sentimentalismo barato.
Óbvio que a antipatia mútua será transformada em amor genuíno de amigas de infância.
Nem dá para se espantar com a obviedade do roteiro.
É sempre a mesma coisa.
Todo mundo aprende a se amar antes de descer os créditos finais.
O politicamente incorreto está presente nas piadas envolvendo gordos, velhos e latinos.
A eterna ladainha que tanto permeia as novas comédias americanas.
É compreensível o relativo sucesso do filme.
Um filme feito sob encomenda para quem quer apenas um entretenimento razoável.
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