“Gravidade”, by Alfonso Cuarón.




Ainda estou sob o efeito de “Gravidade”.

Sinto-me espantada com a suntuosidade e magnitude da nova película de Alfonso Cuarón.

O único filme que vi de Cuarón foi o belo “Grandes Esperanças.”.

Ali, já era possível vislumbrar um talento raro para contar histórias de superações.

Mas nada havia me preparado para a beleza plástica dessa produção tão aplaudida.

Achei que era exagero.

Afinal de contas, filmes de ficção científica tem um  certo blá blá blá interminável.

Pois “Gravidade” é diferente de tudo que já vi.

São necessários poucos mais de vinte minutos para sermos jogados em meio ao turbilhão cósmico.

Uma equipe está em missão de conserto no telescópio Hubble.

Matt Kowalski (George Clooney) é o astronauta bem humorado, que conta peripécias terrestres enquanto ajuda a doutora novata Ryan Stone (Sandra Bullock).

Tudo parecia estar bem até serem surpreendidos por uma chuva de destroços vindo de um satélite destruído pelos russos (sempre eles).

A equipe toda é atingida e Ryan é  jogada no espaço sideral, onde tentará sobreviver completamente isolada,  até conseguir encontrar uma outra estação espacial para voltar à Terra.

O espaço é o paraíso silencioso e ameaçador que faz com que a doutora analise seus sentimentos, seu passado e lute contra as perdas físicas e emocionais.

Sei que alguns irão torcer o nariz e dizer que parece chato e sem sentido.

Não faça isso.

Não deixe de assistir ao melhor filme de 2013 por preguiça ou falta de interesse.

Ouse.

Tente.

Eu lhe garanto que dificilmente alguém irá sair da sala de cinema se sentindo enganado.

Pelo contrário.

O que vi na saída da sala de projeção foram pessoas completamente impressionadas com os efeitos especiais e com o final surpreendente.

Alfonso Cuarón fez um filme de Sci-fi com sentimento e inteligência.

E desde já torna-se parte da seleta lista de melhores filmes de ficção cientifica de todos os tempos.

Stanley Kubrick iria se orgulhar.

A dupla de atores apresenta um trabalho digno de toda parafernália de efeitos especiais. 

George Clooney dá sua famosa contribuição ao carismático Kowalski.

E Sandra Bullock mostra-se a escolha ideal para uma personagem repleta de sofrimentos e medos.




Se me permitem a ousadia, sou obrigada a reconhecer não somente a beleza, mas o talento que a senhora Bullock tem.

Sim, sou a mesma que tacou o pau em “As bem-armadas”.

Não mudei de ideia quanto ao esse canhestro filme.

Acredito que Bullock apresenta ali uma de suas piores interpretações.

Mas, eis que ela veio calar a minha boca com “Gravidade”.

Seu trabalho é tão impressionante que ficamos completamente envolvidos no destino de Stone.

Merece e deve ganhar muitos prêmios.

“Gravidade” é um filme sobre o espaço e as emoções humanas.

Ele nos dá a dimensão de nossa pequenez diante do Universo. 

A Terra nunca pareceu tão poética.

Emocionante, tocante, perturbador.

Cuarón se superou.

Realizou  uma obra prima.

Aplausos merecidos.

Meu favorito ao Oscar 2014! 
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About Cláudia Pereira

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