“Sangue no Gelo”, by Scott Walker




Existem filmes que possuem um enorme potencial e terminam por se revelarem um fiasco.

Esse é o caso de “Sangue no Gelo”.

A história poderosa poderia ter rendido muito mais se tivesse caído em mãos mais competentes.

Lamento informar que esse não é  o caso de Scott Walker.

Walker escreveu e dirigiu uma película da forma mais correta possível.

Vou ressaltar que isso não é necessariamente um elogio.

Ser correto demais terminou por mutilar algo que poderia ser muito bem aproveitado.

O cara destruiu o que “Sangue no Gelo” teria de mais impactante.

Ele entrega de bandeja a identidade do seu assassino logo no começo, fazendo com que a caçada perca todo o seu interesse.

O detetive Jack Halcombe (Nicholas Cage) tenta desvendar uma série de assassinatos e sequestros de mulheres no Alasca.

A única sobrevivente do ataque é  Cindy Paulson (Vanessa Hudgens) jovem prostituta, viciada em drogas.

Obviamente que a polícia não leva a sério o seu testemunho, afinal de conta, a garota insiste em apontar um exemplar pai de família (John Cusack) como o homem por trás do ataque.

Paul Hansen (John Cusack) é um padeiro conhecido pela comunidade, com jeito de pamonha e instinto predador.

A falta de objetividade da polícia tornou possível que suas vítimas sejam quase incontáveis.

Até hoje não se sabe ao certo quantas mulheres ele matou.

Pasmem, o roteiro é baseado em fatos reais.

Pasmem, os produtores conseguiram realizar um filme morno sobre algo tão desumano.

Covardia dizer que a culpa é somente do elenco.

Ok, não dá pra pedir muito de Nicholas Cage.

Aqui, ele volta a interpretar com todos os maneirismos que lhe tornaram conhecido.

Bem pior está John Cusack.




Cusack conseguiu interpretar no piloto automático da destruição.

A única surpresa ficou por conta de Vanessa Hudgens.

A mocinha deu sangue pra tornar sua personagem real.


E conseguiu.

Convenhamos que é uma surpresa muito bem vinda da garota que saiu dos filmes da Disney.

Palmas pela coragem e determinação.

“Sangue no Gelo” acaba se tornando apenas um registro válido do seu esforço.

O roteiro é falho.

A direção sofrível.

E os dois atores principais não fazem nenhum esforço pra parecerem menos toscos.

As vítimas do serial killer mereciam mais consideração.



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