Cinquenta
tons mais escuros.
Tem sexo.
Tem fotografia.
O homem é
milionário.
A mocinha
tem cara de pudica, mas com potencial pra ser sapeca.
Tem uma
trilha chic-sofisticada-de-boate-striptease.
A escritora
ficou muito rica.
Das páginas
foi pra tela de projeção.
Um filme bem
medíocre.
Daquele que
somente a indústria é capaz de fazer.
Tudo tão
perfeitinho que parece comercial de carro.
Ou seria de
desodorante?
Ninguém surge
muito descabelado.
As roupas são
de marca.
Cabelos esvoaçantes.
Não tem
final feliz.
Mas quem
pode ser feliz sendo tão sadomasô?
A sociedade
não perdoa.
A bilheteria
já foi melhor.
Agora só
restaram os cacos de um casal sem química.
Afinal de
contas, como extrair emoção de robôs?
Tiveram a
maldade de colocar Kim Basinger como amante nefasta.
Como se
fosse possível comparar a deusa sexy do universo yuppie com a garota de joelhos
tímidos.
Ah meu povo,
vão ler Sade pra criar espanto.
Ou na melhor
das hipóteses, cutucar o Lars Von Trier com a sua Ninfomaníaca.
Isso sim, um
verdadeiro exercício de prazer.
Minha autoflagelação cinéfila tem limites.
Tem a conta
de luz pra pagar.
Não dá mais
pra gastar com filme ruim.
Triste século 21!
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