50 Tons mais Escuros, by James Foley



Cinquenta tons mais escuros.

Tem sexo.

Tem fotografia.

O homem é milionário.

A mocinha tem cara de pudica, mas com potencial pra ser sapeca.

Tem uma trilha chic-sofisticada-de-boate-striptease.

A escritora ficou muito rica.

Das páginas foi pra tela de projeção.

Um filme bem medíocre.

Daquele que somente a indústria é capaz de fazer.

Tudo tão perfeitinho que parece comercial de carro.

Ou seria de desodorante?

Ninguém surge muito descabelado.

As roupas são de marca.

Cabelos esvoaçantes.

Não tem final feliz.

Mas quem pode ser feliz sendo tão sadomasô?

A sociedade não perdoa.

A bilheteria já foi melhor.

Agora só restaram os cacos de um casal sem química.

Afinal de contas, como extrair emoção de robôs?



Tiveram a maldade de colocar Kim Basinger como amante nefasta.

Como se fosse possível comparar a deusa sexy do universo yuppie com a garota de joelhos tímidos.

Ah meu povo, vão ler Sade pra criar espanto.

Ou na melhor das hipóteses, cutucar o Lars Von Trier com a sua Ninfomaníaca.

Isso sim, um verdadeiro exercício de prazer.

Minha  autoflagelação cinéfila tem limites.

Tem a conta de luz pra pagar.

Não dá mais pra gastar com filme ruim.

Triste século 21!



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About Cláudia Pereira

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