“Cosmopolis” é um filme cabeça.
Volto a assumir a minha total incapacidade de compreender obras repletas de significados ocultos.
Pra mim, uma barata morta será sempre uma barata morta.
Uma barata não é e nunca será uma borboleta.
Da mesma forma, vejo que o talento de Robert Pattinson não irá desabrochar só por ser o protagonista da mais nova produção de David Cronenberg.
Não vou meter a minha mão no fogo por um diretor que tem o hábito de fazer filmes muito estranhos e loucos.
O filme apresenta um dia na vida do milionário Erick Parker (Robert Pattinson).
A história acontece quase que inteiramente dentro de uma limusine, e é nela que o mancebo discute filosofia, economia, sexo.
Pra se ter uma idéia do quanto o rapaz é estranho, até exame de próstata é feito enquanto ele conversa com um coadjuvante.
O dia de Erick não será dos mais fáceis.
Ele irá perder sua fortuna, será ameaçado de morte por um terrorista qualquer, enfrenta uma manifestação pelas ruas de Nova York .
Parker é um solitário sem alma.
Tem tudo e nada.
Oco como uma ostra.
Belo e frio como um tapete vermelho.
Nada parece ter sentido ou coerência.
Aliás, pra que explicar pro espectador qual o motivo de tanta doideira?
Não dá pra assistir aos filmes de Cronenberg imaginando algo de fácil assimilação.
As obras cronenberguianas (acabei de inventar) são todas muito esquisitas e mexem com o lado bestial do ser humano.
Nunca imaginei que veria Robert Pattinson de quatro sendo examinado por um médico tão compenetrado.
Pode parecer exagero, mas fiquei verdadeiramente chocada.
Sei que os cultuadores do grande mestre dirão que tenho visão limitada.
Ok, me perdoem pela minha falta de amplitude intelectual.
O ritmo é tão sonolento, que quase me animei com a entrada de Paul Giamatti em cena.
Tudo em vão.
A longa cena do final vem num papo que dura mais de dez minutos, em que ambos parecem discursar sobre suas miseráveis vidas.
Totalmente enfadonho.
“Cosmopolis” é apenas um filme feito para crítico cabeça elogiar.
É intelectualidade diluída repleta de significado nenhum.
Ainda bem que toda essa baboseira profunda dure somente 106 minutos.
Cronenberg foi bonzinho e nos poupou de mais delongas.
O sofrimento é duro, porém...breve.
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