Les Misérables, by Tom Hooper


“Les Misérables”  é um musical.

Que fique bem claro para ninguém se desapontar.

Outro detalhe importante, praticamente não existe diálogo, tudo é cantado, berrado e desafinado pelos atores.

Essa dica pode te ajudar muito a evitar quase três horas de tortura.

Eu mesma confesso minha enorme dificuldade em suportar os 157 minutos de cantoria exagerada.

Fiquei verdadeira aliviada quando teve fim a saga de sofrimento dos personagens e pude, enfim, limpar meus sofridos tímpanos.

Vão dizer que nenhum dos atores são cantores profissionais, que quando um musical da Broadway é ambientado para a grande tela é assim mesmo.

Blá blá blá.

Peço desculpas pela minha falta de sensibilidade musical.

Sou uma dessas pessoas que acha o exagero uma coisa à toa.

Vou explicar assim.

Os Miseráveis é um livro de Victor Hugo que já foi transportado para o cinema antes.

Ninguém achava que isso havia sido o suficiente e então, lá vem o Tom Hooper achando que poderia obter sucesso fazendo tudo do seu jeito.

Só esqueceram de avisar ao respeitável companheiro para se controlar na megalomania.

Eis que criou essa nova versão musicada de uma tragédia sem fim.

Jean Valjean (Hugh Jackman) foi preso por roubar um pão para sua  família. Depois de alguns anos cumprindo pena, ele cai nas mãos do rígido inspetor Javert (Russell Crowe).

Após conseguir liberdade condicional, Valjean volta a roubar e acaba sendo acolhido por um padre.

Depois de ser perdoado pela igreja  de seus pecados por roubo, ele resolve mudar de vida e postura diante da vida.

Avançam-se mais alguns anos e Valjean se transforma num rico prefeito.

Obviamente que o tal do inspetor volta a cruzar seu caminho e  descobre sua verdadeira identidade.

Entre fugas e impasses, Valjean conhece a frágil prostituta Fantine (Anne Hathaway ) prometendo à  ela em seu leito de morte, cuidar de sua filha Cosette (Isabelle Allen).

A história segue adiante e Cosette se transforma numa bela moça interpretada por Amanda Seyfried .

Engana-se quem pensa que a rivalidade entre Valjean e Javert tem trégua.

Mesmo depois de tantas idas e vindas, a caçada continua mais viva do que nunca.

Vamos resumir dessa forma.

Jean é benfeitor heróico que assume Cosette como sua filha.

Enquanto Javert não passa de um homem bruto que acha que a lei está acima de tudo.

Eu não sou propriamente fã do livro de Victor Hugo.

Espero não ser xingada por isso, mas  não é tipo de literatura que admiro.

Podem me chamar de ignorante.

Eu deixo.

O que não sou obrigada é gostar da versão cinematográfica feita por Tom Hooper.

Mal posso acreditar que tudo isso custou milhões de dinheiro e de dedicação artística.

O que tenho a dizer da interpretação do elenco?

Tenho que aplaudir de pé a coragem de Hugh Grant em posar de ator e cantor.

Sabe-se lá o esforço monumental que foi para Russel Crowe cantar sem emitir grunhido.

Engana-se quem acha que vou gongar a Anne Hathaway.

Nem pensar.

Essa moça me surpreendeu e foi a única coisa boa do filme.

Admirável a cena em que interpreta a canção I Dreamed a Dream.

Depois disso, o filme perde a força e se transforma num mar de lamúrias com músicas  que beiram ao ridículo.

“Les Misérables”  deve dar a Anne Hathaway o prêmio de melhor atriz coadjuvante.

A mim só deu dor de cabeça e sono.

Ótimo sonífero, péssimo entretenimento.

Share on Google Plus

About Cláudia Pereira

This is a short description in the author block about the author. You edit it by entering text in the "Biographical Info" field in the user admin panel.
    Blogger Comment

0 comentários:

Postar um comentário