Depois de um tempo longe das telas, Jodie Foster retorna em mais um thriller . Se você assistiu a “Plano de Vôo” e “O Quarto do Pânico” perceberá uma semelhança incrível entre os três filmes .
Em “Valente” a atriz novamente opta por interpretar com os mesmos trejeitos faciais. Quem conhece o trabalho de Jodie Foster sabe que ela tem capacidade para muito mais. Infelizmente, há algum tempo suas interpretações sofrem de marasmo criativo. Ultimamente tudo o que tem feito se resume a reinterpretar coisas já feitas à exaustão. Os diretores sempre lhe procuram pra dar vida às mesmas mulheres angustiadas que são obrigadas a se revelarem diante da violência.
Então, a atriz pula, corre, fala palavrões, recita poemas, carrega armas, atira em ladrões, estupradores, salta de prédio, , chora e vence mais uma batalha.
Não adianta imaginar que será diferente, a fórmula deu tão certo que nem ela nem os produtores pretendem mudar as regras do jogo.
"Valente" conta a história de Érika Bain , radialista que vive um romance apaixonado com David (Navee Andrews). O casal está prestes a se casar e pretendem realizar seus sonhos lado a lado. Durante um passeio noturno, são atacados por assaltantes. David não resiste e morre. Érika sobrevive ao coma e descobre ter perdido o amor da sua vida.
A radialista tenta retornar à sua rotina, mas não consegue se livrar do desejo de vingança. Compra um revolver e resolve fazer uma limpeza na cidade de Nova York. A polícia procura descobrir a identidade do justiceiro solitário, mas não consegue decifrar as poucas pistas deixadas no meio do caminho. Pra piorar, o detetive responsável pelo caso acaba criando uma amizade com Érika . Nem por um momento, passa por sua cabeça ser ela a assassina misteriosa.
Como vocês podem ver, o roteiro acaba esbarrando em velhos clichês do gênero. Neil Jordan fracassa ao levar para as telas a trajetória da solidão na cidade grande. O filme poderia se tornar bastante profundo se tivesse como fio condutor a difícil arte de sobreviver na selva de pedra. Foi mais fácil colocar a heroína como uma mulher recalcada que simplesmente parece desconhecer o rumo a tomar.
Jodie se esforça para nos fazer crer que é real. Não funciona. Ela não convence, as caretas continuam as mesmas, e em alguma cenas ela parece cansada de correr contra o tempo.
“Valente” não apresenta soluções para o porte de armas, pelo contrário, ele faz crer que ter uma beretta no bolso lhe traz segurança e poder..
Mais triste do que Jodie Foster desperdiçando seu talento nessa apologia à violência, é ver o grande Neil Jordan fazendo um filme pra arrecadar milhões. Ele deve ter ficado satisfeito, “The Brave One” arrasou nas bilheterias. Não podemos dizer o mesmo quanto ao conteúdo cinematográfico, “Valente” perde-se na violência gratuita e torna-se apenas entretenimento razoável e facilmente esquecível .
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