Sempre achei interessante a mudança de rumo que Liam Neeson deu em sua carreira.
Depois de fazer filmes dramáticos no qual se sobressaia pelo talento comprovado, o homem resolveu embarcar nos papeis de ação, no qual distribui sopapos sem nenhuma cerimônia.
O mais legal disso tudo é perceber que Neeson não teve a sua imagem arranhada.
A indústria digeriu e vendeu a imagem do homem solitário, contido, que tem o poder de destruir inimigos com incrível destreza física.
“Caçada Mortal” é mais uma nova empreitada do ator rumo aos filmes de pancadaria.
Não espere nenhum roteiro sensacional, o filme não traz nada de diferente de outras produções, tudo ocorre conforme manda o figurino.
Matt Scudder (Liam Neeson) é um ex-tira com um histórico de bebedeira e erros irreparáveis que terminaram por afastá-lo da força policial.
Matt trabalha como investigador particular, resolvendo casos que a polícia não quer ou não pode resolver.
Ele é chamado para resolver o sequestro e assassinato da esposa de um traficante, que pede que ele encontre os verdadeiros culpados do brutal crime.
Logo ele descobre que outras mortes vêm ocorrendo usando a mesma forma de execução.
A polícia não tem pistas e os envolvidos não querem ver seus nomes associados à nenhuma investigação, devido aos próprios negócios escusos.
Matt aceita o caso e segue em busca dos responsáveis pela onda de pânico instalada.
Engana-se quem pensa que Matt sentirá algum tipo de culpa por trabalhar para traficantes.
Acontece que o roteiro é muito superficial, tratando tudo de forma tão insipida que fica difícil compreender o que impulsiona o personagem.
Nem o discurso pacifista do cara consegue nos convencer de que ele realmente se importa com algo além de si mesmo.
A sucessão de tiros não combina com o papo de desarmamento que ele usa.
O roteiro não convence.
Sobra apenas a excelente interpretação de Liam Neeson, esse sim acima de qualquer suspeita.
A fotografia meio noir ajuda a criar um clima quase claustrofóbico.
Mas nada que faça valer a pena perder tempo com essa baboseira.
Um filme esquecível e chato, que sofre do mesmo problema que assola o atual cinema de ação americano.
Scott Frank tentou criar uma obra diferente das sofríveis produções atuais, mas conseguiu apenas nos deixar entediados.
Muito papo, pouca ação.
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