Dizem que
“Selma” é o grande injustiçado do Oscar.
O filme tão
bem cotado entre os críticos norte-americanos, obteve somente duas indicações,
na categoria melhor filme e melhor canção original.
Grande parte
da esnobada pode ser esclarecida da seguinte forma.
O país passa
por períodos de crise na questão racial.
Os protestos
de Fergunson tornaram “Selma” ainda mais pragmático.
Perfeitamente
possível vislumbrar os ecos de um passado não tão distante do que acontece
agora no presente.
O filme
consegue iluminar a intensa jornada por trás do poderio carismático de Martin
Luther King (David Oyelowo).
“Selma” retrata a marcha sangrenta de Selma a
Montgomery (Alabama) promovida para luta pelos direitos iguais entre negros e
brancos.
King é
retratado sob alguns focos que parecem divergir.
O homem que se
distancia da família em prol de uma luta que coloca a todos em perigo.
E ao mesmo
tempo, um líder que sabe manipular a sede de poder de seus adversários com
extrema inteligência e fervor quase religioso.
O excelente
elenco faz um trabalho primoroso em que todos parecem iluminados pelo espirito
libertador do grande ícone da paz.
Surpreendente
a caracterização de David Oyelowo em Martin Luther King.
Sua atuação
consegue nos transmitir extrema emoção, humanizando ainda mais a figura do tão
emblemático ícone.
Oprah Winfrey
volta a apresentar extremo talento ao interpretar uma determinada senhora que luta pelo direito ao voto.
A diretora Ava
Du Vernay realizou uma obra poderosa, que servirá de voz à luta pela igualdade
racial que ainda se abate sobre a América.
O único
problema é a trilha sonora lacrimosa, que parece querer forçar uma comoção
imediata em quem o assiste.
Mas se a
intervenção da música causa certo desconforto, não se pode dizer o mesmo o da canção
original que toca ao subirem os créditos.
Belíssima,
“Glory” coloca nas letras toda a busca pela libertação que marcou a vida do
líder negro.
Difícil conter
as lágrimas.
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