"Carol", by Todd Haynes




Todd Haynes volta a comprovar sua extrema capacidade técnica em uma produção que já chega com ares de cult.

O diretor filma com um refinamento que parece homenagear os clássicos do passado.

Poucos têm a sofisticação necessária pra conseguir tal feito.

Seu novo filme alcança um nível que beira ao magistral!

Quem conseguirá ficar imune a tanta beleza e sutileza?

“Carol” vem premiar a carreira de uma atriz mundialmente reconhecida pelo seu talento, que parece se aperfeiçoar cada vez mais.

Cate Blanchett nos derrete com seu olhar e pose inspirados numa Lauren Bacall atual.

Para nosso deleite, Blanchett encontra em Rooney Mara a parceira perfeita.

A química entre as duas é capaz de fazer tremer o Evereste!

Carol Aird (Cate Blanchett) é uma mulher rica, casada com um banqueiro e mãe de uma garotinha.

Ela é infeliz no casamento e nutre interesse em mulheres.

Durante as compras de natal, Carol conhece uma vendedora de departamento.

A troca de olhares entre elas termina por acender a chama de um interesse mutuo.

A jovem Therese Belivet (Rooney Mara) sucumbe ao charme da mulher mais velha e charmosa, renunciando a um namoro falido com um pretendente.

Aos poucos, as duas mulheres tornam-se amigas confidentes, levando adiante uma relação que tenta resistir aos impropérios do destino.

Logo, a amizade se transformará numa paixão avassaladora, que fará com que  Carol seja ameaçada pelo marido com a perda da guarda da filha.

Todd Haynes  filma toda essa odisseia romântica com uma habilidade inspirada nos filmes antigos.

Lamento por quem for assistir a película esperando ver cenas quentes e apelativas.

Tudo aqui é tão elegante, tão lindo, tão sutil, que é difícil expressar em palavras tudo o que é visto.

Haynes optou por mostrar suas personagens sob o parâmetro do desejo mais profundo.

Os olhares trocados dizem muito mais do que beijos molhados.

E quando finalmente as duas cedem ao desejo, tudo é tão sutil e elegante, que ficamos sem ar.

A liberação do contato físico surge naturalmente, como se não fosse mais possível seguir adiante sem a explosão do gozo físico.

Grande parte do apelo sensorial do filme deve a dupla de atrizes.

Cate Blanchett está sublime, bela, encarnando a beleza perfeita de uma mulher as vezes madura, as vezes tão frágil.

Rooney Mara está ali ao lado, correspondendo à altura, nos prendendo com seu rosto angelical e sofrido.

A trilha sonora emoldura com perfeição toda a projeção, fazendo com que fiquemos emocionados.

A faísca entre elas é tão óbvia que fica impossível não se deixar levar pela emoção.

Não vou falar aqui dos supostos prêmios que a película poderá colecionar durante o ano.

Mas acho bem difícil que Blanchett não saia mais uma vez premiada em 2016.

A autraliana é uma das atrizes atuais mais conhecedoras do ofício de interpretar.

Não será surpresa vê-la recebendo mais um Globo de Ouro ou o Oscar.

“Carol” encanta pela estética retrô, que mostra uma Nova York esfumaçada e fria, embalada numa tristeza quase palpável.




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About Cláudia Pereira

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