Denis Villeneuve retorna em mais um filme tenso
e relevante.
Dessa vez, o diretor se aprofundou na luta
contra o narcotráfico, tentando buscar respostas válidas para uma luta sem
vencedores.
O país retratado é o México, sempre tão
controverso, que surge perigoso e imponente bem ali no quintal do país vizinho.
Kate Macy (Emily Blunt)e é uma agente do FBI
que obtém sucesso ao investigar um sequestro.
Seus superiores reconhecem seu talento pra
lidar com momentos de tensão e resolvem colocá-la numa audaciosa operação
comandada pelo especialista do governo Matt Graver (Josh Brolin) e seu fiel
escudeiro Alejandro(Benicio del Toro).
Ambos têm seus próprios métodos de
investigação, fazendo com que Kate abra mão de seus limites morais e éticos.
Nenhum dos dois parece querer falar muito a
respeito dos seus instintos investigativos.
Ou seja, kate terá que confiar plenamente nas
ordens recebidas.
Mas, será que Matt e Alejandro merecem ser
seguidos à risca?
Será mesmo que vale tudo na guerra contra o
tráfico?
Quando começa ou termina os limites impostos
pela lei?
São esses questionamentos que Villeneuve nos
convida a fazer juntamente com a heroína.
O problema é que o roteiro de Taylor Sheridan
não é dos mais fáceis de serem degustados.
O excesso de reviravoltas e personagens pode
confundir o espectador mais desavisado. .
Não se espante se em algum momento você começar
a olhar para o relógio.
Por muito pouco Villeneuve não errou o alvo.
Apesar de alguns minutos de um blá blá blá
modorrento, o filme consegue prender a atenção e nos fazer querer chegar até o
fim.
E que fim sensacional!
Afirmo que vale por todos os minutos de
exibição.
A ambiguidade dos personagens envolvidos é
outro ponto a favor do roteiro.
Ninguém irá ser canonizado no final.
As pessoas reais são capazes de nos surpreender
com o seu lado bom e ruim.
Taylor Sheridan faz um relato verdadeiro do que
acontece por trás da cortina de fumaça.
A excelente fotografia de Roger Deakins ajuda a
tornar ainda mais ameaçadora a jornada de Kate ao inferno latino.
Villeneuve volta a comprovar sua capacidade pra
lidar com atores na beira do limite.
Emily Blunt está bela, frágil, despida de toda
a vaidade, mostrando grande capacidade de carga dramática.
Ela e Benicio del Toro possuem uma química que
salta aos olhos.
Sente-se a pressão quando ambos estão em cena.
“Sicario” é uma obra perturbadora, muito bem
dirigida pelo excelente Denis Villeneuve.
Mais uma película que comprova o talento do
cineasta canadense mais aplaudido do momento.
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