“Spotlight – Segredos Revelados”, by Tom McCarthy



“Spotlight – Segredos Revelados” trás de volta o assunto de investigação jornalística à grande tela.

Há algum tempo que o tema havia deixado de ser bem aproveitado pela indústria cinematográfica.

Cá entre nós, é preciso muito talento e agilidade pra conseguir tornar um tema tão espinhoso atraente ao grande público.

O diretor Tom McCarthy conseguiu realizar uma obra significativa, que fez uma carreira brilhante diante dos críticos americanos.


Muito aclamado pela mídia, “Spotlight” obteve elogiosas críticas, que acabaram por alavancar o relativo sucesso junto ao público.

Uma parte desse fascínio deve-se ao assunto abordado pelo longa de  McCarthy.

Um grupo de  jornalistas do Boston Globe resolvem investigar as denúncias de pedofilia que cercam a igreja católica local.

A chegada de um novo diretor faz com que os experientes jornalistas sejam designados pra cobrir o que levou a hierarquia da igreja a defender e remanejar alguns dos padres envolvidos nos escândalos sexuais.

O que poderia ser um caso de alguns abusos, acaba  revelando um número bem maior, totalizando quase  90 práticas de assédio sexual perpetrados contra crianças.

A famosa reportagem terminou ganhando o prêmio máximo do jornalismo, encorajando que outras milhares de denúncias fossem feitas.

Até então, nunca o poderio católico havia sido colocado em suspeita.

Tom McCarthy realiza seu filme com absoluta seriedade, denunciando, investigando e instigando ao espectador a uma intensa reflexão.

Ao seu lado está um time de experientes atores, que consegue transmitir uma dedicação artística capaz de arrebatar alguns prêmios pelo caminho.

Michael Keaton, Rachel McAdams, Mark Ruffalo, Stanley Tucci, Liev Schreiber,  são os atores responsáveis por interpretarem os jornalistas envolvidos na pesquisa jornalística.

Todos entregam um trabalho excelente, mas é Mark Ruffalo que se sobressai aos demais.




Ruffalo vem conseguindo provar seu valor com interpretações absolutamente irrepreensíveis.

Se havia alguma dúvida em relação ao seu talento, não há mais.

Sua indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante foi justa, mas a parada é dura: suspeita-se que a Academia siga a tendência de entregar o prêmio ao festejado Sylvester Stallone.

Mas isso não mudará o prestígio alcançado por Mark Ruffalo. Seu talento dispensa prêmios ou coroações orquestradas pela Academia.

“Spotlight” é um filme que toca na espinha dorsal da religião, comprovando que uma parte dela encontra-se corrompida por homens que colocam seus interesses pessoais acima da comunidade que deveriam defender e proteger.


Filme indicado pra quem ainda acredita no poder do jornalismo.
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